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Estudante brasileiro recebe mais de 20 propostas de estágios nos EUA

Ex-bolsista do programa Ciência sem Fronteiras escolheu o conceituado MIT em Massachusetts

Matheus Tomato
Matheus Tomato

O estudante de engenharia brasileiro Matheus Tomato, ex-bolsista do programa Ciência sem Fronteiras do governo federal, recebeu mais de 20 respostas positivas às solicitações de estágio feitas a renomados laboratórios americanos, quando de sua estadia na Purdue University – Hammond, Indiana.

O e-mail de Matheus foi respondido por oito laboratórios do MIT, outros dois em Harvard, dois em Stanford e mais de dez em diferentes campi da University of Califórnia. O bolsista acabou optando pelo laboratório de pesquisas submarinas do MIT (Massachusetts Institute of Technology), no qual desenvolveu estudos na área do wireless Power Transfer, tecnologia que possibilita a recarga de computadores, eletrodomésticos, celulares e até carros elétricos sem a utilização de tomadas.

“Depois de meses de estudo, com uma rotina de trabalho de 16h diárias alcançamos os primeiros resultados. Conseguimos criar um dispositivo capaz de transferir energia elétrica, tanto pelo ar, como pela água, com alta eficiência e largas distâncias”, relembrou.

Estudante de engenharia mecatrônica, Matheus permaneceu 16 meses no exterior e lembra como foi sua abordagem a essas instituições. “Em minha carta de apresentação aos laboratórios, contei que tive uma vida bastante simples, que estudei em escolas públicas, mas que sempre fui muito esforçado. Falei que comecei a trabalhar ainda na adolescência para ajudar a minha família e que, desde então, não havia parado. Peguei todas essas histórias de superação de minha vida e mandei com o meu currículo para os laboratórios de engenharia das melhores faculdades dos Estados Unidos”, explicou o ex-bolsista.

Matheus conta que o aprendizado do inglês foi um dos maiores desafios em sua trajetória. “Eu tinha apenas três meses para aprender a falar inglês e passar no temível TOEFL. Eu realmente não sabia nada. Topei o desafio, pedi demissão de meu trabalho e passei três meses estudando de manhã, de tarde e de noite, até passar no TOEFL. Essa foi a parte mais difícil! ”, afirmou.

Quanto aos planos para o futuro, o estudante conta suas áreas de interesse. “As duas principais áreas que quero trabalhar, incentivar e ajudar a desenvolver no Brasil são o empreendedorismo e a tecnologia. O povo brasileiro é empreendedor por natureza e tem uma criatividade fascinante para a inovação tecnológica, porém, existe uma barreira cultural que não permite que eles continuem se desenvolvendo, seja por falta de incentivo ou por condições financeiras não favoráveis”, finalizou.

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