Histórico

Estudante brasileiro acusa universidade de racismo e perseguição

Claudio de Almeida foi suspenso depois que reclamou do tratamento de uma professora

Joselina Reis


Claudio de Almeida, estudante de Enfermagem em Massachusetts

O mineiro Claudio de Almeida se sente injustiçado e perseguido pela direção da faculdade onde estudava até o dia 13 de novembro. Tudo começou quando ele resolveu reclamar para a coordenação sobre o comportamento de uma professora e escreveu uma carta alertando a faculdade. Almeida foi suspenso e até recebeu a visita da polícia em seu local de trabalho. “Eu trabalho nesse país há 13 anos investindo na minha educação e estou sendo pisoteado”, reclamou o brasileiro que está proibido de ir para qualquer campus ou propriedade da Salem State University, em Massachusetts.

Desde 2010, Claudio frequentava a universidade americana, sendo que em 2012 resolveu trocar o curso de Marketing pelo curso de Enfermagem. Segundo ele, tudo ia bem até setembro deste ano quando a faculdade recebeu uma nova docente. Mesmo com outros alunos já tendo reclamado da atitude dos professores do curso, essa foi a primeira vez que Claudio teve problemas. “Um outro aluno que não concordava com a atitude dos professores resolveu deixar a faculdade. Não é de estranhar os casos de violência que já ocorreram em outras universidade desse país”, alerta o mineiro que mora nos EUA desde 2001.

Ele conta que a professora recém-chegada proibiu os alunos de enviar qualquer tipo de comunicação com ela, além de ter falado abertamente que já havia conseguido a expulsão de um ex-aluno em um episódio em que ela teria mentido. Outra professora-assistente teria feito depoimentos racistas em classe.

Após fazer uma reclamação formal contra as atitudes da docente alertando a faculdade que a pressão sobre os alunos poderia fazer da entidade uma nova Virginia Tech, a coordenação entendeu que Almeida estaria fazendo ameaças. “Eles são paranóicos. Eu alertei a universidade e eles estão distorcendo minhas palavras”, reclama o brasileiro que foi chamado para uma reunião no dia 27 de novembro, mas teve medo. “Eu só volto lá se for com um advogado”, disse ele.

O mineiro ainda reclama da atitude da escola em enviar a polícia até seu local de trabalho – Almeida é assistente de enfermagem em um hospital em Massachusetts – para lhe entregar em mãos uma carta afirmando que ele não é bem-vindo na escola. “Isso foi feito na presença de meu supervisor, diretor de recursos humanos e colegas. Fui humilhado!”, revela. Antes desse episódio, a Salem State University enviou seguranças da escola para visitar o mineiro no trabalho e fotografá-lo, mesmo sem o consentimento dele.

Claudio garante que vai recorrer à justiça até que possa provar sua inocência. A assessoria de imprensa da Salem State University informou que o caso está sendo monitorado por sua assessoria jurídica e por enquanto nada será divulgado.

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