Os Estados Unidos declararam disposição em colaborar com o Equador no combate à crescente violência causada por gangues criminosas e traficantes de drogas. A mensagem surge após um grupo armado invadir uma estação de televisão na última terça-feira (9), desencadeando três dias de ataques que resultaram em pelo menos uma dúzia de mortes em todo o país. “Estamos prontos para tomar medidas concretas para aprimorar nossa cooperação com o governo equatoriano à medida que enfrentam a violência”, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, durante a coletiva de imprensa na Casa Branca na quarta-feira.
Há cinco anos, o Equador era considerado um dos países mais seguros da América Latina. No entanto, o aumento do tráfico de drogas, especialmente pelos portos de Guayaquil e Manta, e a postura permissiva de governos anteriores em relação a grupos criminosos alteraram essa realidade. No ano passado, mais de 7,8 mil homicídios foram registrados no país.
O recém-empossado presidente equatoriano, Daniel Noboa, filho do maior empresário local, assumiu o cargo com a promessa de erradicar a violência. Contudo, enfrenta uma crise grave apenas 50 dias após sua posse. Gangues do crime organizado têm atacado policiais, agentes penitenciários, feito reféns em presídios e tentado ataques a hospitais e delegacias. A partir das prisões, infiltraram-se e corromperam o Estado, evidenciando a fragilidade das autoridades estatais. Em resposta, Noboa decretou estado de emergência, designou 22 organizações criminosas como grupos terroristas e mobilizou o exército nas ruas.
Na coletiva de imprensa, Kirby esclareceu que o governo Biden ainda não iniciou conversações com Noboa, mas está aberto a discutir como os Estados Unidos podem ajudar o Equador a enfrentar a crise. Embora não tenha detalhado as medidas específicas, Kirby sugeriu a possibilidade de auxílio em investigações, descartando categoricamente o envio de tropas. Ele também instou os cidadãos norte-americanos no Equador a tomarem precauções adicionais e manterem contato com o Departamento de Estado.