Os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém nesta segunda-feira (14), dia em que o Estado de Israel completa 70 anos e em que confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram pelo menos 41 mortos.
Na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza, milhares de palestinos se reuniram nesta segunda em diversos pontos próximos à fronteira e pequenos grupos se aproximaram da cerca de segurança vigiada por soldados israelenses. Os grupos tentaram avançar contra a barreira e lançaram pedras na direção dos soldados, que responderam com tiros.
A cerimônia de abertura foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman.
Em uma mensagem gravada em vídeo, o presidente Donald Trump disse que era necessário “admitir o óbvio”: que a capital de Israel é Jerusalém. Também afirmou que os EUA estão comprometidos com a paz na região.
“Os EUA continuam totalmente comprometidos em facilitar um acordo de paz duradouro. Os EUA sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa da liberdade e da paz”, disse Trump.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava “profundamente emocionado e profundamente grato”. “Que dia glorioso. Lembrem este dia. Que dia histórico!”, afirmou.
“Este é um momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer o que pertence à história, você fez história”, disse Netanyahu.
Entre as personalidades israelenses também estavam presentes o presidente de Israel, Reuven Rivlin, e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Entre a delegação americana, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha e genro e conselheiros do presidente americano, e Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.
A nova embaixada está no bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental, num prédio construído em 2010. Parte do terreno era considerada, até a Guerra dos Seis Dias (1967), terra de ninguém.
Em uma primeira fase, a embaixada ficará dentro da seção de vistos do consulado-geral dos EUA em Jerusalém. O imóvel sofreu adaptações para receber o embaixador David Friedman e sua equipe. Em até um ano, um novo anexo será construído para ampliar o espaço da embaixada. O objetivo é construir uma sede própria para a representação diplomática em até dez anos. (Com informações do G1).
Confrontos
Ao menos 41 palestinos morreram, incluindo seis crianças, e mais de 1.000 ficaram feridos nos protestos na fronteira da Faixa de Gaza. Os números foram informados pelo Ministério da Saúde palestino em Gaza.
Com as vítimas desta segunda, chega a 94 o número de palestinos mortos desde 30 de março, quando começou a “Marcha do Retorno”, um movimento de protesto dos moradores de Gaza, que se reúnem junto à fronteira israelense para reivindicar o direito dos palestinos a voltarem para as terras, das quais foram expulsos, ou das quais fugiram quando Israel foi criada em 1948.
Nesta segunda, os manifestantes protestam, sobretudo, contra a transferência da embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A transferência contraria o consenso da comunidade internacional, liderada pela ONU, de não reconhecer a cidade disputada como capital de Israel. A região oriental de Jerusalém, apontada como território palestino desde a partilha que criou Israel, em 1948, é ocupada pelo estado judeu desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias.
Os milhares de manifestantes se reuniram em diferentes pontos, e pequenos grupos tentaram se aproximar da fronteira fortemente vigiada pelo Exército israelense.
Entre os mortos estão pelo menos um menor de idade: Izaldin Musa al Samak, de 14 anos. O primeiro a morrer nesta segunda foi Anas Qudieh, de 21 anos, atingido por um disparo de arma de fogo no leste de Khan Yunis, no sul do território palestino. A lista de mortos já identificados tem jovens na faixa de 20 a 30 anos. (Com informações da Reuters, UOL e G1).