O governo britânico deveria regularizar meio milhão de imigrantes que residem no Reino Unido de forma ilegal, o que geraria até 1 bilhão de libras (1,475 bilhão de euros) em receitas através de impostos, defendeu um grupo de especialistas de respeito.
O Instituto de Pesquisa de Política Pública, um grupo bastante próximo às idéias do Novo Trabalhismo, aconselhou a nova ministra britânica do Interior, Jacqui Smith, a adotar esta medida, que seria similar àquela realizada pelo governo espanhol em 2005.
“A imigração ilegal é uma questão profundamente difícil de abordar para os políticos. Mas Jacqui Smith deveria escutar seus colegas de Gabinete e respaldar um plano para regularizar os quase meio milhão de pessoas que vivem e trabalham ilegalmente no Reino Unido”, assinalou o diretor de Imigração e Igualdade do IPPR, Danny Sriskandarajah.
Em sua opinião, “a pura verdade” é que o Reino Unido não vai deportar centenas de milhares de pessoas, já que a economia britânica “se contrairia” e os cidadãos notariam “imediatamente” a falta de empregados de limpeza nos escritórios, a sujeira nas ruas e a carência de pessoal nos “pubs” e clubes.
“Assim temos uma escolha: fazer com que estas pessoas vivam nas sombras, exploradas e temerosas do futuro, ou tirá-las da clandestinidade, para que paguem impostos e levem uma vida honrada”, acrescentou.
O secretário britânico de Estado de Imigração, Liam Byrne, tem rechaçado repetidamente os apelos para abrir um processo de regularização dos imigrantes que entraram de forma irregular no Reino Unido.
Um porta-voz do Ministério do Interior manteve esta posição ao declarar que essa medida “é desnecessária e geraria um forte efeito para aumentar a onda de imigrantes ilegais”.
A fonte mostrou-se mais partidária de um sistema de pontuação ao estilo australiano que permitiria ao Reino Unido admitir imigrantes qualificados para cobrir carências da economia britânica.
O número exato de imigrantes irregulares que residem no Reino Unido é ignorado, mas, segundo a rede britânica BBC, pode chegar até 900.000 pessoas.
