Imigração

Espanha legalizará centenas de milhares de imigrantes sem documentos nos próximos 3 anos

“Hoje, podemos dizer que a Espanha é um país melhor”, disse a ministra da Imigração, Elma Saiz à emissora nacional Radiotelevisión Española

A Espanha precisa de cerca de 250 mil trabalhadores estrangeiros registrados por ano para manter seu estado de bem-estar social, disse a ministra da Imigração, Elma Saiz (Foto: Pexels)
A Espanha precisa de cerca de 250 mil trabalhadores estrangeiros registrados por ano para manter seu estado de bem-estar social, disse a ministra da Imigração, Elma Saiz (Foto: Pexels)

A Espanha legalizará cerca de 300 mil imigrantes sem documentos por ano, a partir de maio próximo e até 2027, disse a ministra da Imigração do país na quarta-feira (20).

A política tem como objetivo expandir a força de trabalho do país, que está envelhecendo, e permitir aos estrangeiros que vivem na Espanha sem a documentação adequada obter permissão de trabalho e residência. A Espanha tem se mantido amplamente aberta para receber imigrantes, mesmo quando outras nações europeias procuram restringir suas fronteiras a travessias ilegais e solicitantes de asilo.

A Espanha precisa de cerca de 250 mil trabalhadores estrangeiros registrados por ano para manter seu estado de bem-estar social, disse a ministra da Imigração, Elma Saiz, em uma entrevista na quarta-feira. Ela afirmou que a política de legalização não visa apenas “a riqueza cultural e o respeito aos direitos humanos, mas também a prosperidade”.

“Hoje, podemos dizer que a Espanha é um país melhor”, disse Saiz à emissora nacional Radiotelevisión Española.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, sempre descreveu as políticas de imigração de seu governo como um meio de combater a baixa taxa de natalidade do país. Em agosto, Sánchez visitou três nações da África Ocidental em um esforço para combater a imigração irregular para as Ilhas Canárias, na Espanha.

O arquipélago ao largo da costa da África é visto por muitos como um passo em direção à Europa continental, com jovens de Mali, Senegal, Mauritânia e outros lugares embarcando em perigosas viagens marítimas em busca de melhores oportunidades de trabalho no exterior ou fugindo da violência e da instabilidade política no país.

A nova política, aprovada na terça-feira (19) pelo governo de coalizão da minoria de esquerda da Espanha, simplifica os procedimentos administrativos para vistos de curto e longo prazo e oferece aos migrantes proteções trabalhistas adicionais. Ela estende para um ano o visto oferecido anteriormente aos candidatos a emprego por três meses.

Até meados de novembro, cerca de 54 mil imigrantes sem documentos chegaram à Espanha este ano por mar ou por terra, de acordo com o Ministério do Interior do país. Não se sabe ao certo o número exato de estrangeiros que vivem na Espanha sem documentação.

Muitos imigrantes irregulares ganham a vida na economia clandestina da Espanha como colhedores de frutas, zeladores, motoristas de entrega ou outros trabalhos essenciais e mal remunerados, muitas vezes ignorados pelos espanhóis.

Sem proteção legal, eles podem ficar vulneráveis à exploração e ao abuso. Saiz disse que a nova política ajudará a evitar esses abusos e “serviria para combater máfias, fraudes e violações de direitos”.

A economia da Espanha está entre as que mais crescem na União Europeia este ano, impulsionada em parte pela imigração e por uma forte recuperação do turismo após a pandemia.

Em 2023, a Espanha emitiu 1.3 milhão de vistos para estrangeiros, de acordo com o governo.

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