DA REDAÇÃO (com O Globo) – Diante de um inverno rigoroso, os Estados Unidos registram um dos mais severos surtos de gripe no país. Pelo primeiro ano, toda a região continental do país registra casos da doença. Até o momento, 20 crianças já morreram. Na Califórnia, ao menos 27 vítimas fatais foram registradas. Desde o início do inverno, em novembro do ano passado, foram cerca de 60 mil casos. Apenas na primeira semana de 2018, 11 mil foram confirmados. Autoridades apontam que esse número pode aumentar, já que o vírus ainda circulará por mais de dez semanas no país.
Com exceção do Havaí, 49 dos 50 estados americanos estão enfrentando a doença de uma forma que não era vista há 13 anos, com registro de infectados acima da média. Crianças e idosos são os mais atingidos. Na Flórida, três crianças morreram vítimas da doença.
Em Santa Barbara, na Califórnia, ao menos seis pessoas com mais de 65 anos morreram por conta da gripe. No Tennessee, uma grávida morreu, tornando-se a quarta vítima fatal no estado. As outras mortes teriam sido de crianças.
Autoridades alertam que os números de casos de gripe podem ser ainda maiores, já que muitas pessoas não são testadas para o vírus ou nem chegam a procurar um hospital. No ano passado, a temporada inteira de gripe registrou 600 mil internações.
Uma das explicações para as grandes proporções deste surto é que um dos principais vírus que tem atingido o País é o H3N2, um vírus atípico, mais difícil de ser prevenido e que sofre mais mutações que os convencionais. Apesar de a vacina contra a gripe ser menos eficaz contra esse tipo de vírus, a orientação das autoridades locais é que os americanos continuem a se vacinar. O H3N2 ainda deve circular por 11 a 13 semanas.
De acordo com o Centro de prevenções de doenças dos Estados Unidos, esse já é o surto mais generalizado registrado no país desde que autoridades de saúde pública começaram a fazer o monitoramento há 13 anos. Agora, com a ameaça de mais casos no país, isso ainda pode piorar.
“A gripe está em toda parte dos Estados Unidos agora,”, declarou Dan Jernigan, diretor da Divisão de Influenza no Centro Nacional para Imunização e doenças respiratórias à Bloomberg. “Esse é o primeiro ano que tivemos todo o continente americano com a mesma cor no gráfico, o que significa que há uma atividade generalizada em toda região continental neste momento”.
De acordo com suposições mais otimistas de especialistas do governo, a temporada de gripe atingiu seu pico algumas semanas atrás, o ápice do que é considerado um surto severo, com 47 mil casos. Por outro lado, há registros de que as consultas ambulatoriais têm continuado a aumentar, embora que de forma mais lenta, na primeira semana de 2018, atingindo o maior número de casos já registrados para esta época do ano.