Estados Unidos

Entendendo o Colégio Eleitoral: como funciona o sistema de eleição dos EUA

Por que a vitória na votação popular não garante a presidência e o papel dos eleitores na escolha da eleição.

Colégio Eleitoral: um sistema único que decide o futuro da presidência dos EUA. Foto: Wikimedia Commons

O Colégio Eleitoral é parte essencial do sistema de votação dos Estados Unidos e gera muitas perguntas. Segundo Wendy R. Weiser, do Brennan Center for Justice, “é um sistema tão único que provavelmente ninguém o criaria novamente hoje”. Com a eleição presidencial acontecendo neste exato momento, vamos rever como ele funciona.

Quando os cidadãos americanos votam, escolhem um grupo de eleitores que decidirá entre Kamala Harris e Donald Trump. Isso significa que são duas eleições em uma: a votação popular e a do Colégio Eleitoral. Para vencer, um candidato precisa de 270 votos eleitorais, por isso ganhar na votação popular não garante a vitória final. O Colégio Eleitoral tem 538 membros, que representam os senadores e representantes de cada estado, além de três votos para Washington, D.C.

O número de votos eleitorais de cada estado depende do seu total de senadores e representantes. A maioria dos estados usa o sistema “winner-takes-all”, onde o candidato com mais votos leva todos os votos eleitorais do estado. Apenas Maine e Nebraska distribuem seus votos de maneira diferente. Após a votação, os eleitores se reúnem em dezembro para confirmar os resultados e enviar as informações ao Congresso, que contabiliza em uma sessão especial no dia 6 de janeiro.

Como se chegou a esse sistema? Durante a Convenção Constitucional em 1787, não havia consenso sobre como escolher um presidente. Em vez de uma votação direta, os delegados decidiram usar eleitores, acreditando que isso garantiria a escolha de um bom candidato e protegeria contra manipulações da opinião pública. Essa escolha beneficiou estados menores e do sul, evitando que os candidatos se concentrassem apenas nas áreas mais populosas.

Embora o sistema tenha funcionado na maior parte do tempo, ele gera polêmicas. Em duas das últimas seis eleições, candidatos que perderam a votação popular ganharam no Colégio Eleitoral, pois o peso dos votos varia conforme o estado. Também há a possibilidade de mudar o sistema por meio de uma emenda constitucional, mas isso exige um processo complexo que pode levar muito tempo.

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