O primeiro encontro entre os presidentes Luís Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Joe Biden, dos Estados Unidos, será no dia 10 de fevereiro em Washington D.C., sede do governo americano. O convite para a visita do brasileiro à Casa Branca no próximo mês foi feito por Biden, que ligou para Lula logo após os atos de vandalismo em Brasília repercutirem na imprensa americana. Veículos do país de Biden compararam o ato ao ataque ao Capitólio, em 2021, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso para protestar contra a vitória do democrata na eleição presidencial.
Em entrevista exclusiva à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, nesta quarta-feira (18), Lula disse que a defesa da democracia deve ser um dos temas tratados na reunião.
“Então, eu vou lá e vou conversar com o Biden, eu quero saber como é que ele está lidando. Porque pela imprensa que eu leio, me parece que o pessoal dos republicanos está ficando mais forte, parece que o discurso radical está ficando mais forte, e me parece que os democratas estão tendo um pouco de dificuldade. Aí vai ter eleições daqui dois anos”, falou o petista, acrescentando: “A gente não pode voltar à anormalidade que o Trump criou nos Estados Unidos”.
O recém-eleito mandatário relatou ainda que , além de Biden, pretende articular com outros líderes mundiais, como da China e Alemanha, um bloco global de enfrentamento à extrema-direita.
“Então veja, por isso que eu vou propor, eu já conversei com gente francesa, com gente espanhola, com gente alemã, nós precisamos fazer uma unidade do pessoal progressista e democrático do mundo, fazer uma reunião para a gente estabelecer uma ação de enfrentamento para não permitir o ressurgimento do nazismo ou do fascismo (…) Nós precisamos ter competência para convencer a sociedade de que o regime democrático é melhor”.
Em dezembro passado, ainda como presidente eleito, Lula recebeu o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, para discutir os destalhes do encontro com Biden.