O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, se reuniram na Califórnia na quarta-feira (15). O encontro precedeu a Cúpula de Líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e teve uma duração que ultrapassou quatro horas. Os dois países anunciaram a formação de um grupo de trabalho bilateral voltado para a transição energética e combate à poluição.
Durante a reunião, o presidente chinês enfatizou que “o planeta Terra é grande o suficiente para os EUA e a China”, acrescentando que, apesar das diferenças significativas entre os dois países, eles deveriam ser plenamente capazes de superar tais divergências. Xi destacou a importância de desenvolver a relação de maneira benéfica para ambos os povos e de cumprir a responsabilidade conjunta pelo progresso humano. O presidente chinês reconheceu que historicamente a relação entre os dois países “nunca foi um mar de rosas”, mas ressaltou que continuou avançando apesar dos altos e baixos.
Por sua vez, Biden afirmou que os dois líderes devem assegurar que a competição entre os países nunca evolua para um conflito. Ele expressou admiração pela relação duradoura entre ele e Xi, destacando a importância de uma comunicação clara entre líderes. Este foi o segundo encontro pessoal entre os dois líderes desde que Biden assumiu a presidência em 2021, sendo o último ocorrido há um ano em Bali, Indonésia. Além disso, a visita marca a primeira vez que o presidente chinês visita os Estados Unidos desde 2017, quando foi recebido por Donald Trump, na Flórida.
O encontro também abordou temas sensíveis, como a expansão militar chinesa no Mar do Sul da China, a ameaça de invasão a Taiwan, interferências de hackers chineses nas eleições dos EUA e a Guerra da Ucrânia. Desde o encontro na Indonésia há um ano, EUA e China enfrentaram crises diplomáticas, incluindo a derrubada de um balão de espionagem chinês por uma aeronave americana e restrições dos EUA às exportações de tecnologia para a China.
Em um comunicado conjunto, China e Estados Unidos anunciaram a criação de um grupo de trabalho bilateral para promover esforços na transição energética e no combate à poluição, apoiando a declaração do G20 para triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030. Comprometeram-se também a colaborar em um acordo para combater a poluição de plástico e metano.
*com informações do The New York Times