O presidente Donald Trump acendeu velas para as 11 pessoas assassinadas no último sábado em Pittsburgh, na Pensilvânia, na terça-feira (30), ao visitar a sinagoga onde o crime aconteceu. No sábado (27), um homem identificado como Robert Bowers, de 46 anos, entrou armado com um fuzil, gritou insultos aos judeus e saiu atirando durante culto na sinagoga. As informações são da Reuters.
Após acender as velas na sinagoga Árvore da Vida, Trump e a primeira-dama, Melania, colocaram do lado de fora do prédio uma pedra para cada um dos mortos, uma tradição de enterros judaicos, e depositaram rosas brancas a poucos metros de onde o atirador abriu fogo.
O presidente também teve a companhia de sua filha mais velha, Ivanka, e do genro, Jared Kushner, que são judeus, em uma visita controversa, que não foi bem recebida por todos na cidade.
Antes da chegada do presidente, a Organização Bend the Arc, um movimento “de judeus progressistas” conseguiu obter 69.148 assinaturas em uma carta que dizia que Trump não era bem-vindo à cidade enquanto não rejeitasse completamente o supremacismo branco.
“Presidente, você não será bem-vindo em Pittsburgh até que rejeite completamente o supremacismo branco. Nossa comunidade judaica não é o único grupo que foi alvo (de suas críticas)”, diz um trecho do texto.
Protestos
Centenas de pessoas foram às ruas da cidade protestar contra a visita de Trump, carregando cartazes com mensagens contra seus discursos de ódio e afirmando que ele não era bem-vindo.
O prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, não se encontrou com o presidente, e pediu que ele consultasse os familiares das vítimas antes de tentar se reunir com algum deles. Ele também solicitou que Trump evitasse comparecer a algum dos funerais marcados para esta terça-feira em respeito às famílias.
De acordo com a agência Reuters, organizadores do protesto, ao anunciarem suas ações, repreenderam Trump: “O atirador que destruiu nossa comunidade acredita nas suas mentiras sobre a caravana de imigrantes no México”, disseram, em referência ao grupo de imigrantes que marcha pelo México em direção aos EUA. “Ele acreditou nas mentiras antissemitas de que judeus estariam financiando a caravana”.
Em uma publicação em redes sociais no sábado, o atirador Robert Bowers acusou a Sociedade Hebraica de Ajuda aos Imigrantes, um grupo que ajuda refugiados, de trazer para o país “invasores que matam o nosso povo”.