O presidente Jair Bolsonaro confirmou na quinta-feira (3), que irá visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no próximo dia 14 de fevereiro. O encontro acontece em um momento de alta tensão entre Putin, o presidente dos EUA, Joe Biden, e os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Existe o temor na comunidade internacional de que o Putin invada a Ucrânia e dê início a um conflito armado, com potencial de se tornar o maior embate bélico desde a Segunda Guerra Mundial. “Faço bom relacionamento com o mundo todo”, disse Bolsonaro ao ser questionado se a viagem estava confirmada, durante um evento Porto Velho. “Se o presidente Biden me convidar, também irei com maior prazer”, completou.
Segundo o brasileiro, a ida a Moscou vai buscar parcerias em áreas comerciais. Especialistas em política internacional, entretanto, acreditam que este não é o momento. O principal receio da presença de Bolsonaro é o impacto, tanto diplomático como econômico, que a visita possa causar, sobretudo junto aos EUA, o segundo maior parceiro comercial do Brasil. A viagem foi, inclusive, tema de um telefonema entre o secretário norte-americano Anthony Blinken e o ministro da Relações Exteriores, Carlos França.
Na sexta-feira (4), o presidente Joe Biden aprovou o envio de três mil soldados para países aliados que fazem fronteira com a Ucrânia. Do outro lado, imagens de satélite mostram mais de cem mil combatentes russos alinhados na divisa com o país ucraniano.
Pelos planos, Bolsonaro embarca no dia 14 para Moscou e depois segue para Budapeste, onde deverá se reunir com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, considerado um líder ultranacionalista de direita.