DA REDAÇÃO – O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram nesta quinta-feira (23) em Havana, Cuba, um acordo histórico decretando um cessar-fogo definitivo entre as partes e a entrega de armas pelos guerrilheiros. É a primeira vez desde 1984 que ambos os lados acordam uma trégua bilateral, num passo decisivo para a conclusão das negociações de paz que marcarão o fim do mais antigo confronto armado no hemisfério.
O anúncio foi feito pelos delegados dos países mediadores, Cuba e Noruega, na presença do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, do principal líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, entre outras personalidades.
Santos disse que a ONU vai servir como uma fiscalizadora para que as Farc entreguem até a sua última arma. Números oficiais mostram que o grupo tem em suas fileiras cerca de sete mil combatentes com armamentos.
Chamado “fim do conflito”, o acordo também inclui o abandono de armas, garantias de segurança e da luta contra organizações criminosas, além da repressão de condutas criminosas que ameacem a implementação dos acordos.
O cessar-fogo e de hostilidades permitirá o desarmamento antes de as partes assinarem o acordo de paz definitivo e significa a renúncia das Farc à sua luta armada de 52 anos.
O governo Santos e as Farc estão na reta final das negociações de paz que começaram no final de 2012, em Cuba, com o objetivo de acabar com o violento confronto que deixou 220 mil mortos e milhões de deslocados.