Se você vai a Miami Beach, talvez valha a pena considerar alugar um imóvel por temporada no lugar de ficar hospedado em um hotel, já que dependendo da temporada, as diárias podem ser bem salgadas. O problema é que, ao contrário de outras grandes cidades pelo mundo, nessa área de Miami o aluguel de propriedades por um período menor que seis meses e um dia é proibido. A prefeitura de Miami Beach, aliás, declarou guerra a sites que promovem esse tipo de serviço, como AirBnb.com, Bookings.com e Homeaway.com e multou essas empresas em até $ 1,59 milhão, por alugar ou promover o aluguel de casas por períodos curtos.
Os proprietários que anunciam nos sites também vêm sendo punidos – alguns deles receberam multas que superam os $20 mil. Durante a fiscalização da polícia, usuários chegaram a ser desalojados dos lugares alugados pelos sites.
A justificativa da administração local é que o aluguel de curto prazo incentiva a vinda de turistas problemáticos. Festas barulhentas, com dezenas de pessoas e com o uso de drogas são comuns nestas propriedades alugadas, dizem as autoridades, e atrapalham a vida de quem mora em Miami Beach. Desde março, a fiscalização e o valor das multas aplicadas a proprietários e aos próprios sites têm aumentado, informa reportagem do site da revista Veja.
Possível queda no turismo
Já quem aluga os apartamentos durante a alta temporada reclama, alegando que as autoridades estão atuando sob influência do lobby de grandes hotéis. Além disso, argumentam eles, vetar o aluguel de temporada fará com que o turismo em Miami caia fortemente. A cidade já vem sendo prejudicada no fluxo de turistas com os recentes focos de vírus da zika que foram descobertos, com contaminação direta por mosquitos Aedes Aegypti. O receio de quem vive da indústria de turismo —um dos mais fortes setores da economia do sul da Flórida— é de que a proibição a aluguel por temporada seja mais um forte golpe no setor.
De toda forma, Miami não é a única cidade que está comprando briga com o AirBnb e sites similares. As autoridades de New York, Barcelona, Paris, Amsterdã e Berlim já interferiram na atuação das empresas.