O presidente Lula (PT) se emocionou durante discurso de comemoração dos 43 anos do Partido dos Trabalhadores na noite de segunda-feira (13), no Centro de Convenções Ulysses, em Brasília. O presidente foi o último a se pronunciar no evento que contou também com discursos da ex-presidente Dilma Rousseff e da presidente do partido Gleisi Hoffmann. Ele celebrou a história do partido que ajudou a fundar, lembrando que é uma das maiores organizações de esquerda do mundo. Chorando, o petista disse que voltou à Presidência para governar “da forma que o país precisa ser governado”.
Lula chamou de golpe o processo de impeachment que tirou Dilma do poder e criticou os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. “Tudo o que fizemos em 13 anos de governo do PT foi destruído em seis anos depois do golpe e do último mandato de quatro anos de um genocida. […] Um dos melhores momentos da história do país foi em meu governo, onde banqueiro ganhou, empresário ganhou, trabalhador ganhou. Agora, eles dizem que ‘Lula vai voltar’. Vai voltar o Lula que a Dona Lindu pariu, para governar esse país da forma que o país precisa ser governado”, discursou emocionado.
“Nós recebemos um Brasil em 2023 muito pior do que o que nós recebemos em 2003. Muito mais incivilizada a sua máquina pública, com muito mais gente que não tem direitos”. E o presidente completou: “Vamos levar um tempo para fazer um processo de limpeza e fazer com que aquelas pessoas que pregam o ódio, que xingam as pessoas na rua, ofendem as pessoas na rua, que sejam isoladas da sociedade brasileira, porque a sociedade brasileira não pensa assim, não é assim e não quer isso”.
Já Dilma debochou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde dezembro do ano passado. “Saúdo, obviamente, o nosso grande líder [Lula]. Aquele líder que caminhou de cabeça erguida. Não fugiu, não correu, não se esquivou, não saiu do Brasil. Ficou aqui e enfrentou os 580 dias de prisão. Muitas pessoas aconselharam o presidente a ir embora do país. Por que voltamos seis anos depois? Porque teve uma liderança que não ‘fugiu da raia’. Encarou e enfrentou”, disse a ex-presidente.
O evento levou ao palco também o ex-ministro José Dirceu, um acontecimento raro nos últimos anos. Figura influente do partido, Dirceu evita discursos e aparições públicas ao lado do presidente desde que deixou o primeiro mandato de Lula, em 2005, e foi condenado no processo do Mensalão. Dirceu foi condenado também na Lava Jato e deixou a prisão em 2019. Presidente do PT por sete anos, entre 1995 e 2002, seu nome foi saudado pela atual presidente Gleisi Hoffmann e por Lula. Nas duas vezes que teve o nome mencionado, foi amplamente aplaudido por membros do Partido dos Trabalhadores.
Nesta terça-feira (14), o PT realiza um jantar de aniversário em Brasília com objetivo de arrecadar fundos para o partido. As doações pedidas chega a R$ 20 mil, dinheiro destinado ao “fortalecimento da sigla”. Com viagem marcada para a Bahia, Lula não estará presente no jantar.
