Um dos prováveis candidatos, Silair Almeida, acha, porém, que prazo até o início do processo é curto
O Itamaraty definiu as regras para a eleição dos quatro nomes que vão compor o Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior (CRBE). A novidade ficou por conta da forma como a comunidade poderá expressar seu voto: através da Internet. No sul da Flórida, o único a manifestar a intenção de concorrer ao cargo é o pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista de Pompano Beach, que inclusive já exerceu essa função na comissão temporária, eleita na II Conferência do Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com um comunicado veiculado no site ‘Brasileiros no Mundo’ (www.brasileirosnomundo.mre.gov.br), o processo eleitoral tem início previsto para a segunda metade de maio e ocorrerá exclusivamente por meio eletrônico, durante nove dias. Para participar do pleito, os brasileiros que vivem fora do Brasil precisam apenas de um documento de identificação (passaporte ou carteira de motorista, por exemplo), caso não possuam título de eleitor no exterior ou registro em repartição consular brasileira.
O MRE comunica ainda que a comunidade poderá se inscrever também através de formulário eletrônico específico para garantir seu direito de voto. Uma empresa contratada especificamente para este fim ficará responsável pelo sistema técnico, que deverá ser seguro e a prova de fraudes. Para garantir a imparcialidade, a ideia é que cada eleitor receba um código de identificação, que será usado como uma senha.
Em relação aos candidatos, a oportunidade está aberta a qualquer brasileiro que reside há mais de três anos na região pela qual deseja concorrer e não possui antecedentes criminais. Um dos prováveis candidatos do sul da Flórida e o único que já revelou publicamente o desejo de contribuir como um conselheiro representante, o pastor Silair Almeida aprovou o sistema de votação, que por sinal foi definido na reunião do Rio de Janeiro, do qual participou.
No entanto, ele questionou a proximidade da data para o início do processo. “Aqui nos Estados Unidos temos uma mídia atuante e instantânea, que poderá divulgar amplamente as informações para a comunidade. No entanto, o que dizer dos brasileiros em países da África ou da América do Sul, por exemplo, que não têm acesso à Internet? Esse deve ser um processo democrático e abrangente que só terá legitimidade com a participação de todos”, disse Silair.
Por isso ele pensa que o melhor seria adiar o período de votação, provavelmente para outubro, na mesma época das eleições majoritárias no Brasil. Este, aliás, é o pensamento de outros prováveis candidatos em outras partes dos Estados Unidos, que têm debatido a questão em conversas pelo telefone. “Há um consenso de que o prazo é pequeno para apresentar as plataformas e esclarecer a comunidade sobre a importância da eleição dos representantes”, afirmou Silair.
O futuro Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior terá quatro representantes titulares e quatro membros suplentes para cada uma das regiões (América do Norte e Caribe; América do Sul e Central; Europa; e Ásia, África, Oceania e Oriente Médio). O cargo não é remunerado e os eleitos serão aqueles que obtiverem mais votos em suas respectivas áreas e atuarão como canal entre o governo brasileiros e as comunidades esplhadas pelo mundo, que juntas somam mais de três milhões de brasileiros.