DA REDAÇÃO (com Época) – A severa redução no número de turistas brasileiros que vêm à Flórida preocupa o governador do Estado, o republicano Rick Scott. Segundo nota publicada pela revista “Época”, Scott estaria planejando fazer visitas a governadores brasileiros, de Estados como Rio, São Paulo, Bahia e Pernambuco, para discutir a questão e estudar alternativas que estimulem os brasileiros a virem à Flórida.
A queda no número de turistas se deve à crise econômica que o Brasil atravessa (com encolhimento do PIB nacional, ou seja: recessão) e forte alta do dólar.
Segundo a “Época”, além de desejar facilitar burocracias na imigração, Scott já encomendou ao Greater Miami Convention and Visitors Bureau, o órgão oficial de fomento turístico local, uma maciça campanha publicitária na TV e nos jornais do Brasil, com foco nos habitantes do Rio, São Paulo e Nordeste, para virem à Flórida.
Recente reportagem do AcheiUSA mostra que a Flórida recebeu 15,2 milhões de turistas de 190 países em 2015, que gastaram $15,8 bilhões, segundo a organização público-privada Visit Florida.
A pesquisa divulgada em março mostra que o número de turistas brasileiros visitando o Sunshine State em 2015 caiu 10%, caindo de 1,64 milhão em 2015 para 1,47 milhão. Os brasileiros gastaram 25% a menos do que em 2014.
O receio é de que, com um possível agravamento da situação econômica brasileira, os números do turismo cheguem a níveis registrados em outras épocas de alta do dólar no Brasil, como em 2004, quando apenas 358 mil turistas do país vieram à Flórida.
Gasto no exterior recua 43% em um ano
Um levantamento divulgado pelo Banco Central mostra que o gasto médio do turista brasileiro no exterior em fevereiro foi o mais baixo em 7 anos. No período, gastos de brasileiros no exterior somaram $841 milhões. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando somaram $1,49 bilhão, a queda nos gastos foi de 43,5%.
Entre 2010 e 2014, os gastos de brasileiros no exterior vinham subindo continuamente.
Até 1994, quando foi criado o Plano Real para conter a hiperinflação no país, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos $2 bilhões (pela série histórica antiga). Mas, naquele ano, quando o real foi equiparado ao dólar, as despesas somaram $2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, elas oscilaram entre $4 bilhões e $5,7 bilhões. Com a maxidesvalorização cambial de 1999, o dólar ultrapassou os R$ 3 em um primeiro momento e as despesas lá fora também ficaram mais caras. O gasto voltou a recuar e, naquele ano, se aproximaram dos $3 bilhões.