Antonio Tozzi Esportes

E o Miami Heat chegou lá!

Bam Adebayo foi o grande jogador do Miami Heat na vitória sobre o Boston Celtics no jogo 5, ao anotar 32 pontos e capturar 14 rebotes (Foto: heatnation.com)
Bam Adebayo foi o grande jogador do Miami Heat na vitória sobre o Boston Celtics no jogo 5, ao anotar 32 pontos e capturar 14 rebotes (Foto: heatnation.com)

Vamos ser sinceros, nem mesmo Pat Riley acreditava que o Miami Heat se tornasse campeão da Conferência Leste e chegasse à final da NBA. Para quem não sabe, Pat Riley é o arquiteto do Miami Heat desde sua fundação em 1995. Nomeado presidente do clube, ele foi convidado pelo bilionário Micky Arison para se associar em um novo projeto do basquetebol americano.

O novaiorquino de 50 anos, na época, aceitou o desafio – e a polpuda recompensa de ter uma parte minoritária do Miami Heat – de ser o técnico do clube, acumulando o cargo de presidente. Ele trocou a certeza de uma carreira consagrada como técnico quatro vezes campeão da NBA com o Los Angeles Lakers (ironicamente, o adversário do Miami Heat nestas finais da NBA) e do New York Knicks, seu clube do coração, para se estabelecer na cidade mais latina dos Estados Unidos.

Pat Riley, o sustentáculo do sucesso do Miami Heat na NBA (Foto: NBA)

E o projeto deu certo. Arison, proprietário da Carnival Cruises Lines, líder no segmento de cruzeiros, não poupou esforços e investimentos para transformar o Miami Heat em uma potência do basquete americano. Ele investiu 213 milhões de dólares na construção da American Airlines Arena (AAA), localizada junto à Biscayne Bay. Sua construção começou em 1998 e a inauguração ocorreu em 31 de dezembro de 1999, com o projeto elaborado pelas empresas de arquitetura Arquitectonica e 360 Architecture. American Airlines Arena, hoje uma das mais modernas arenas dos EUA, foi construída pela Odebrecht.

Pois bem, após esse preâmbulo, vamos ao que interessa: o desempenho da equipe em quadra. Ao completar 25 anos de existência, o Miami Heat pode ser apontado como um case de sucesso no esporte profissional americano. Enquanto Los Angeles Clippers não chega a uma final de NBA há 50 anos, o Miami Heat já ostenta três títulos de NBA – o primeiro deles, em 2006, com Pat Riley como técnico.

Destaque para Spoelstra e adversário difícil

Ao indicar Erik Spoelstra como treinador, Riley provocou a descrença de muita gente do meio. Como ele se atreve a indicar um jovem que era simplesmente um analista de vídeos do clube? Nem mesmo os dois campeonatos conquistados nas temporadas 2011/2012 e 2012/2013 serviram para aplacar os críticos. Eles diziam que um time com Dwayne Wade, Chris Bosh e LeBron James nem precisaria de um treinador para ganhar. Quando os três deixaram o clube, Riley manteve Spoelstra à frente do time.

E agora constata-se que ele fez a opção correta. Com uma equipe coesa mas sem grandes expoentes, Spoelstra conseguiu uma química poucas vezes vista em um time de basquete. Dentro do plano de Riley, esta equipe seria preparada para disputar a próxima temporada para valer, se possível, com a vinda de uma estrela. No entanto, o desempenho superou as expectativas. E a torcida do sul da Flórida não quer outra coisa que não seja o título.

Porém, o obstáculo a ser superado não é fácil. Depois de ter varrido (4 a 0) o Indiana Pacers no primeiro round, ter derrotado o classificado nº 1 por 4 a 1 nas semifinais e vencido o tradicional Boston Celtics por 4 a 2 nas finais da Conferência Leste, chegou o desafio mais difícil.

Afinal, Los Angeles Lakers conta com um duo de respeito em seu elenco: o pivô Anthony Davis e o super craque LeBron James, além de bons coadjuvantes. E também é treinado pelo experiente Frank Vogel. Ou seja, eles são favoritos – inclusive nas bolsas de apostas e nos palpites dos especialistas.

Cabe à Erik Spoelstra, primeiro descendente de filipinos a dirigir uma equipe da NBA, e seus jogadores contrariar este prognóstico. A chegada de Jimmy Butler, que faz sua primeira aparição nas finais da NBA, foi fundamental para o sucesso da equipe. Ele, Andre Iguodala e Jae Crowder, outros jogadores experientes, trouxeram equilíbrio necessário ao Miami Heat, juntando-se a Goran Dragic e Kelly Olinik. Entretanto, as boas surpresas foram os novatos Bam Adebayo (em sua terceira temporada no Miami Heat), Kendick Nunn, Duncan Robinson e Tyler Herro. A integração entre os experientes e os novatos resultou em uma alquimia maravilhosa, condensada pelas mãos do mago Spoelstra.

As finais da NBA começam amanhã (quarta-feira) na “bolha da NBA” em Orlando. Quem quiser assistir ao duelo entre as equipes das cidades litorâneas dos dois lados do país, devem sintonizar a ABC às 9 horas da noite. Os outros três jogos estão marcados para sexta-feira (2) às 9 horas; domingo (4) às 7:30, e terça-feira às 9 horas da noite. Os que preferirem assistir as transmissões em espanhol precisam ligar na ESPN Deportes.

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