As lojas de desconto Dollar Tree e Dollar General, conhecidas por atrair consumidores em busca de preços baixos, estão passando por um período difícil. Ambas as empresas reduziram suas projeções de receita anual após vendas abaixo do esperado e grandes quedas no valor de suas ações, que caíram mais de 40% este ano.
Segundo o analista Peter Keith, da Piper Sandler, uma combinação de fatores prejudicou as lojas. A inflação alta afetou principalmente as famílias de baixa renda, público principal da Dollar General, enquanto concorrentes como Walmart investiram pesado no comércio eletrônico, atraindo clientes de diferentes classes sociais. A falta de ofertas digitais robustas tornou-se uma desvantagem para as lojas de desconto, especialmente em um cenário onde o consumo online cresceu exponencialmente.
Além disso, problemas internos, como lojas desorganizadas e falta de funcionários, afastaram clientes. Tanto a Dollar Tree quanto a Dollar General enfrentaram críticas e multas por condições inadequadas de segurança no trabalho. A pandemia agravou essas questões, dificultando o abastecimento das prateleiras e a gestão das lojas. Isso abriu espaço para que rivais, como Costco e Aldi, conquistassem partes importantes do mercado. Walmart e Costco, com ofertas mais amplas e forte presença digital, têm atraído consumidores que antes frequentavam as dollar stores, ainda oferecendo preços baixos e mais conveniência.
Outro desafio no horizonte pode ser a promessa do presidente eleito Donald Trump de impor novas tarifas sobre produtos importados da China, que compõem grande parte do estoque dessas lojas. Em resposta, a Dollar General tenta atrair mais consumidores com promoções de fim de ano, como o evento “24 Days of Savings”, mas ainda não está claro se essas iniciativas serão suficientes para recuperar o terreno perdido.
