O dólar operou em alta esta quinta-feira (5), após a elevação dos juros no Brasil e nos Estados Unidos e com os mercados avaliando os próximos passos de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e do Comitê de Política Monetária (Copom).
A máxima chegou a R$ 5.0578. Na quarta-feira (4), o dólar fechou em queda de 1.26%, cotada a R$ 4.90. Com o resultado, acumula queda de 0.86% no mês e de 12.10% no ano frente ao real.
No exterior, o petróleo tinha mais uma sessão de alta, com o barril de Brent se mantendo acima de $110 com o plano da União Europeia de proibir o produto russo nos próximos 6 meses.
Na véspera, o Fed aumentou os juros em 0.5 ponto percentual, para uma faixa de 0.75% a 1.0%, o maior aumento desde 2000. O chefe do banco central norte-americano, porém, jogou um balde de água fria nas apostas mais agressivas do mercado sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve.
O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que as autoridades de política monetária não estão considerando intensificar ainda mais a dose de aperto em suas próximas reuniões, para 0.75 ponto percentual, como temiam alguns agentes financeiros.
Já o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic de 11.75% ao ano para 12.75% ao ano e indicou uma extensão do ciclo de alta dos juros. Com a nova alta, a Selic atingiu o maior patamar em mais de cinco anos e o Brasil retomou a liderança do ranking mundial de juros reais.
Um aumento dos juros tem vários reflexos na economia como encarecimento do crédito e do custo da dívida pública. Com um financiamento mais caro, empresas podem também passar a investir menos, impactando negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.
Já juros mais elevados nos EUA elevam a atratividade de se investir na segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas.