Negócios

Dólar sobe e bolsa de valores cai depois que ministro da Economia do Brasil liberou gastos

Além dos problemas domésticos, exterior negativo pesa nos mercados

Após Guedes admitir ‘licença’ para gastar, Bolsonaro nega que Auxílio Brasil vai furar teto (Foto: Marcos Corrêa/PR)
Após Guedes admitir ‘licença’ para gastar, Bolsonaro nega que Auxílio Brasil vai furar teto (Foto: Marcos Corrêa/PR)

DA REDAÇÃO – O dólar foi a R$ 5,67 na manhã de quinta-feira (21), um dia depois de o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, confirmar que parte do Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família, será paga fora do teto de gastos. Investidores veem isso como uma manobra fiscal com fins eleitoreiros.

Por volta de 09h35, a moeda americana tinha alta de 1,67%, negociada a R$ 5,6510, após atingir a máxima de R$ 5,6750.

No mesmo horário, o Ibovespa futuro cedia 0,47%.

As taxas de juros futuros também tinham forte alta no início do pregão. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subia de 7,66% no ajuste anterior para 7,91% e a do DI para janeiro de 2023 passava de 9,91% para 10,425%.

O juro do DI para janeiro de 2025 disparava de 10,90% para 11,43% e o do DI para janeiro de 2027 avançava para 11,78% ante os 11,27% da leitura anterior.

O impacto negativo já pôde ser sentido na quarta-feira (20). Após as falas do ministro, o Ibovespa futuro cedeu 1,81%, depois que o índice teve leve alta de 0,10% no pregão regular.

As taxas de juros e o dólar futuro também voltaram a subir na sessão estendida.

Além dos já conhecidos problemas domésticos, os ativos enfrentam um pregão com a percepção de risco mais forte no exterior.

A situação da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande voltou a pesar nos mercados nesta quinta-feira (21), prejudicando negócios na Ásia e na Europa. A imobiliária cancelou a venda de sua subsidiária e está perto de um calote oficial, que deve ocorrrer no fim de semana.

Guedes confirmou que o Auxílio Brasil de R$ 400 deverá ser pago em parte fora do teto de gastos, regra que impede o crescimento das despesas da União acima da inflação.

O ministro disse que o governo deve pedir o que chamou de “waiver” (suspensão da regra) para gastar mais de maneira temporária. Ele confirmou que esse “waiver” seria de “pouco mais” de R$ 30 bilhões fora do teto.

Um dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmar que o Auxílio Brasil de R$ 400 deverá ser pago em parte fora do teto de gastos , o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insistiu que o programa será feito dentro do teto, apesar de não explicar como.

Na quarta-feira (20), Bolsonaro já havia dito que “ninguém vai furar teto” nem fazer “nenhuma estripulia no Orçamento”.

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