O dólar abriu em alta na manhã desta quarta-feira (15), perto dos R$ 5,33, sinalizando um retorno da preocupação dos agentes de mercado sobre uma possível crise bancária global. A reação veio depois que as ações do banco suíço Credit Suisse recuaram 30%, menor patamar da história, após o maior investidor da empresa declarar saída do negócio. A cautela se dá também por conta da falência de dois bancos americanos na semana passada, Silicon Valley Bank e do Signature Bank, que contou com uma ação de emergência tomada pelo governo Biden para assegurar a solidez do sistema bancário, com linha de financiamento a bancos e garantia a depositantes. A instabilidade no cenário mundial dá ao dólar um porto seguro aos investidores, com impacto nos ativos brasileiros.
Apesar da alta do dólar no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a quebra das instituições americanas não deve criar um crise sistêmica no setor, como ocorreu em 2008, com o Lehman Brothers. “Não é que o mercado não esteja turbulento, mas está menos turbulento do que imaginávamos”, disse o ministro a jornalistas ao sair de evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Brasília.
Executivos de grandes bancos também se pronunciaram sobre o tema. Copresidente do Morgan Stanley, Ted Pick, afirmou que o colapso dramático do Silicon Valley Bank e a turbulência do mercado fazem parte da “batalha entre fogo e gelo” nos esforços globais para conter a inflação após anos de dinheiro fácil.