Na última sexta (22) o dólar comercial operou em alta e chegou a atingir R$5,72 na máxima do dia, antes de cair para R$5,627 no fim do pregão. Em meio a um cenário instável tanto político como econômico, a pergunta mais importante é: para onde o dólar irá?
O economista, fundador e CEO da Ohm Research, Roberto Attuch, analisou a situação do mercado econômico atual e preferiu voltar um pouco no tempo.
“No dia em que o ex-presidente Lula (PT) ficou elegível novamente, o incentivo do presidente Bolsonaro (sem partido) passou a ser o populismo. Ele precisa dessa popularidade para se reeleger. No final do dia, Bolsonaro acredita que o mercado sempre vai preferi-lo ao Lula, mas esse nível de popularidade que ele quer ter é inconsistente com a sensação de bem-estar na economia. Não cabe no orçamento”, diz Roberto.
Nos últimos quatro meses, a Bolsa brasileira despencou cerca de 30% em dólar. “Enquanto isso, o governo está comprando a sua popularidade”, disse ele.
O aumento de um possível risco fiscal é um dos primeiros impactos desta situação. “Rasgaram a fantasia, abandonaram a âncora que existia. O que vemos daqui para a frente é um estresse no câmbio mas, principalmente, nos juros longos”, diz.
Ele acredita que a estratégia de investimentos atuais deve ser de locações táticas, o que exige cuidado e análises constantes.