Muitos parlamentares pretendem seguir o exemplo e não se candidatarem à reeleição
Com a apresentação do relatório parcial da CPI dos Sanguessugas, parlamentares acusados de vinculação com a máfia das ambulâncias começam a avaliar se vale a pena tentar a reeleição. Ao menos dois deles já anunciaram que vão desistir de disputar um novo mandato: Jorge Pinheiro (PL-DF) e Osmânio Pereira (PTB-MG). “Não há clima nesse ambiente de caça às bruxas”, justificou o petebista.
No Congresso, é dado como certo que outros dois deputados também vão desistir: Edna Macedo (PTB-SP) e Pastor Josué (PTB-PA). Dos 69 deputados contra os quais a CPI pediu a abertura de processo de cassação, 61 tinham a intenção de candidatar. Se as quatro desistências se confirmarem, o total cairia para 57, mas o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP) previu que um número ainda mais de deputados acusados deve recuar. “Os que insistirem em ser candidatos terão muita dificuldade para se reeleger”, disse.
Antes do escândalo dos sanguessugas, o atual Congresso tinha sido abalado pelas denúncias do mensalão, que criaram um clima de desmoralização que já haviam levado alguns parlamentares a desistir de concorrer. Quatro dos deputados acusados de terem se beneficiado do dinheiro do valerioduto não se inscreveram para as próximas eleições: José Janene (PP-PR), Wanderval Santos (PL-SP), Romel Anízio (PP-MG) e Roberto Brant (PFL-MG).
Mesmo parlamentares que escaparam ilesos à onda de denúncias preferiram não disputar um novo mandato, com a alegação de que ficaram desencantados com a política. Ao menos três deles manifestaram publicamente sua desilusão: Roberto Freire (PPS-PE) Xico Graziano (PSDB-SP) e Moreira Franco (PMDB-RJ).