A Netflix estreou na semana passada o documentário “Immigration Nation” (Nação Imigrante), que acompanha os bastidores das operações do ICE (Immigration and Customs Enforcement) e os labirintos burocráticos do sistema imigratório americano.
Gravada entre 2017 e 2019, a série registra de perto a implementação das medidas imigratórias linha-dura do governo, tema central da campanha do então candidato Donald Trump em 2016, e os efeitos na comunidade imigrante nos Estados Unidos, que soma mais de 11 milhões de pessoas vivendo irregularmente no País.
“Immigration Nation”, hoje entre os seis programas mais assistidos na Netflix, dirigido por Shaul Schwartz e Christina Clusiau, quase sofreu interferência do ICE na sua exibição, segundo Clusiau. Ela diz que o ICE ameaçou usar o “peso total” do governo federal a fim de bloquear certas cenas do documentário, e que teria buscado empurrar a sua estreia para depois das eleições de 2020. A porta-voz do ICE, Jenny Burke, entretanto, nega as alegações dos diretores do documentário, e diz que a agência “contesta […] as alegações trazidas pelos realizadores dessa produção”.
Algumas cenas em questão mostram os agentes comemorando detenções de pessoas irregulares, mas sem antecendentes criminais. A determinação protocolar seria a de prender apenas imigrantes com esses antecedentes, mas o que acaba acontecendo são as chamadas “detenções colaterais”, quando os agentes não encontram seu objetivo inicial e acabam prendendo que estiver à mão.
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