A Walt Disney Co. se mantém em silêncio diante dos ataques do governador Ron DeSantis à instituição desde que a empresa se posicionou contra a lei estadual que proíbe o ensino de identidade de gênero nas escolas. Mas isso não significa que a gigante do entretenimento não vai entrar na batalha. Na última semana, o Congresso da Flórida aprovou, sob orientação de DeSantis, um projeto de lei que dissolve o distrito especial Reedy Creek Improvement District, onde a Disney está instalada. O distrito garante à companhia o direito de se autogovernar como um município, instituindo poder judiciário, cobrando impostos sobre propriedades dentro de seus limites, e promovendo serviços de infraestrutura e segurança próprios. O objetivo dos apoiadores de DeSantis é extinguir o distrito até julho do ano que vem.
Em uma carta enviada aos investidores, os administradores do Reedy Creek lembraram que, segundo as leis estaduais, se o distrito especial for dissolvido, suas dívidas no valor de um bilhão de dólares serão transferidas para o governo.
“A Lei de Responsabilidade do Distrito Especial da Flórida, prevê, entre outras coisas, que, salvo disposição em contrário por lei, a dissolução de um governo distrital especial deve transferir o título de todas as suas propriedades para o governo, que também assumirá todas as dívidas do distrito especial preexistente”, diz o documento.
Inicialmente a empresa se recusou a comentar sobre a lei educacional da Flórida que foi apelidada de “Don’t Say Gay”. Mas a pressão exercida por ativistas levaram o diretor-executivo, Bob Chapek, a condenar a medida e suspender as doações políticas no estado. A medida iniciou uma escalada de retaliações por parte do governador do estado.