Na manhã desta terça-feira (20), a Polícia Federal brasileira deflagrou a Operação Black Market com o objetivo de desarticular associação criminosa responsável pelo tráfico internacional de armas de fogo e acessórios para o território brasileiro. A ação foi feita em cooperação com a Homeland Security Investigations, que apreendeu 12 fuzis em uma loja de armas de Orlando, que tinham como destino o Rio de Janeiro.
Durante a busca na residência de um dos alvos, no município de Nova Iguaçu, a equipe policial apreendeu duas pistolas (calibres .40 e 9mm), sete carregadores e dezenas de munições (calibre 9mm e de fuzil 556), o que resultou na prisão em flagrante do investigado pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito. No total, a polícia brasileira cumpre três mandados de busca e apreensão.
As investigações foram iniciadas pela Delegacia Especial da PF no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DEAIN) após a apreensão – em conjunto com a Receita Federal – de 475 carregadores de fuzis e pistolas em uma transportadora localizada no bairro de Olaria, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2021.
Com o aprofundamento das apurações, foi identificada a compra dos 12 fuzis apreendidos hoje nos Estados Unidos, que tinham como provável destino facções criminosas que atuam em comunidades do Rio de Janeiro.
A investigação revelou que os investigados se cadastraram como CACs – Caçador, Atirador, Colecionador – junto ao Exército Brasileiro para adquirir armamentos e acessórios de arma de fogo em larga escala, utilizando-se da flexibilização da legislação sobre o controle de carregadores – inclusive aqueles de alta capacidade, usados em armas automáticas – com o intuito de importá-los dos Estados Unidos para o Brasil.
Além disso, as investigações também revelaram outros integrantes da associação criminosa, os quais, juntos, movimentaram quase R$ 25 milhões em cinco anos, montante incompatível com as rendas declaradas pelos investigados.
A Operação Black Market foi resultado de um trabalho de cooperação internacional que envolveu: o Serviço de Segurança Diplomática dos EUA (Diplomatic Security Service – DSS); o Escritório de Indústria e Segurança dos EUA (Bureau of Industry and Security – BIS); e a Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (FICTA), composta por integrantes da Polícia Federal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP) e da Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA (Homeland Security Investigations – HSI).
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de armas de fogo, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas, se somadas, ultrapassam os 44 anos de reclusão.
*com informações da Polícia Federal do RJ