O governador da Flórida, Ron DeSantis, continua a afirmar que realizará deportações em massa caso seja eleito presidente dos Estados Unidos em 2024. Segundo o pré-candidato republicano, esse é o seu “grande programa” de governo. “Se você permitir que as pessoas venham ilegalmente sem sanção, você continuará a ter problemas. A sanção é você ser deportado. Então, vamos fazer isso”, disse DeSantis, na quarta-feira (11), em entrevista ao The Blaze.
O governador prometeu uma política de “último a entrar, primeiro a sair”, dizendo que a sua administração começaria com os recém-chegados e trabalharia no caminho reverso, mas não ofereceu nenhuma indicação sobre até onde iria. “Será um grande programa semelhante ao que (Dwight) Eisenhower fez na década de 1950”, disse DeSantis, referindo-se à Operação Wetback, um programa de primeiro mandato do então presidente americano, que viu mais de 1 milhão de pessoas deportadas dos Estados Unidos e repatriadas para o México.
“Sou realmente o único candidato em quem você pode confiar para fazer isso”, acrescentou DeSantis. “Quer dizer, eu sei que Donald Trump está prometendo isso, mas ele disse a mesma coisa em 2016 e não cumpriu. Muitos dos outros republicanos sentem-se desconfortáveis até mesmo em falar sobre isso. Mas nunca resolveremos o problema a menos que o Estado de direito prevaleça”, afirmou.
Durante uma entrevista na semana passada a uma estação de rádio de Iowa, o candidato presidencial foi mais longe em sua promessa anterior de “remover todos que entraram ilegalmente sob o governo Biden”, dizendo que “os últimos a entrar serão os primeiros a sair”.
O republicano comentou sobre o possível número de indocumentados no país. “Há muitos anos nos dizem que são cerca 11 milhões. Mas sob o governo Biden, houve 6 ou 7 milhões”, afirmou. “Você tem que estabelecer que haverá uma sanção, fazer cumprir a lei. Claramente, temos recursos limitados. É preciso fazer escolhas sobre como proceder com isso”, disse.
Embora DeSantis esteja a basear a sua proposta de deportação nas políticas de Eisenhower, um artigo do Florida Politics aponta que no final do seu segundo mandato, o antigo Presidente americano defendia a “liberalização” dos padrões de imigração. Eisenhower procurou não só duplicar a cota de imigrantes legais recebidos, como promoveu uma “provisão especial para a admissão de milhares de refugiados de convulsões políticas e perseguição”.