O governador Ron DeSantis sancionou nesta de quinta-feira (6), o polêmico projeto de lei que dificulta o acesso ao voto pelo correio no estado da Flórida.
A legislação foi assinada em West Palm Beach, a pouco metros da residência do ex-presidente Donald Trump, e transmitida com exclusividade pelo programa “Fox & Friends”, do canal FoxNews. A imprensa local não teve acesso.
“As caixas de correio precisam ser monitoradas, não podemos deixá-las lá sem supervisão”, afirmou DeSantis diante de uma plateia de apoiadores.
A lei SB90 impõe requisitos mais rígidos de identificação do eleitor para votação pelo correio, reduz a disponibilidade de urnas postais onde os votos à distância são depositados e proíbe financiamento privado para eleições.
A medida agradou, particularmente, aos seguidores do ex-presidente republicano que usaram a massiva votação por correspondência nas eleições de 2020 para alegarem, sem provas, que a derrota de Trump foi ilegítima.
Nikki Fried, que ocupa o cargo de Agriculture Comissioner e é a única democrata eleita no estado, acusou DeSantis -um possível candidato à presidência dos EUA em 2024- de aprovar este projeto de lei para satisfazer a base eleitoral do seu partido.
“Sabemos que a única razão pela qual essa lei foi aprovada e assinada é uma pessoa [Trump]”, falou Fried em entrevista coletiva.
A coalizão League of Women Voters of Florida e o Black Voters Matter Fund entraram com um processo contra a legislação minutos após sua sanção. Eles consideram que a medida cria barreiras e obstáculos de maneira desproporcional para eleitores negros, latinos e deficientes.
“Os EUA não emitem carteira de identidade para toda a população, como em outros países. A identidade é normalmente verificada com a carteira de habilitação, algo que nem sempre quem não tem carro possui”, declararam as organizações.
Enquanto isso, Donald Trump continua atribuindo a vitória de Joe Biden à cédulas de votação falsificadas.
Na última segunda-feira (3), a deputada, Liz Cheney, líder da bancada republicana do estado de Wyoming, rejeitou publicamente a mais recente acusação falsa de Trump de que ele teria vencido a eleição de 2020 se não fosse por votos “fraudulentos”.
Pelo Twitter, Cheney respondeu: “A eleição presidencial de 2020 não foi roubada. Qualquer um que afirme que sim está espalhando A GRANDE MENTIRA, virando as costas ao império da lei e envenenando nosso sistema democrático.”
A deputada, agora, está enfrentando forte rejeição de seus colegas de partido e deve ser removida de sua posição de liderança na Câmara dos Deputados.