Histórico

Deportações diminuem pela primeira vez em cinco anos: 887 por dia em média

Se a tendência for mantida, o total de deportados em 31 de outubro ficará em torno de 320 mil. Durante o ano fiscal 2012 o número de expulsos chegou a 490,849, o maior da história

Pela primeira vez em cinco anos o número de imigrantes deportados pelo governo federal americano mostra uma queda de 19.25 por cento durante o primeiro semestre do ano fiscal 2013.

Estatísticas do Departamento de Segurança Nacional (DHS) publicadas em uma de suas páginas de internet revelam que o número de estrangeiros expulsos entre 1º de outubro de 2012 e 31 de março de 2013 foi de 159,667.
Durante o mesmo período no ano fiscal 2012 o total foi de 197.748.
O ano fiscal americano inicia em 1º de outubro e termina em 30 de setembro do próximo ano.

Se a tendência for mantida, o total de deportados em 31 de outubro ficará em torno de 320 mil. Durante o ano fiscal 2012 o número de expulsos chegou a 490,849, o maior da história

Com relação às deportações voluntárias, no primeiro semestre do ano fiscal 2013 foram registradas 6.476 diante das 11,626 ocorridas em 2012, uma queda de 44.3 por cento.

Recordes sucessivos

Em 2012, o US Immigration and Customs Enforcement (ICE) deportou 409,849 estrangeiros, dos quais, assegurou, 55% (225,390) foram declarados culpados de cometer infrações criminais graves e menores.

Organizações nacionais que defendem os direitos dos imigrantes, entre eles, o Conselho Nacional de La Raza (NCLR), a Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA), America’s Voice, o Fórum Nacional de Imigração (NIF), entre outros, reiteram que entre seis e sete de cada 10 expulsos pelo governo não possuíam antecedentes criminais sérios que pusessem em risco a segurança nacional dos Estados Unidos.

Do total de expulsos até esta data, cerca de 1.5 milhão, o governo assegura que a maioria possuía antecedentes criminais.

De acordo com os dados oficiais, o DHS deportou diariamente 1,122 indocumentados durante o ano fiscal 2012.

Nos primeiros seis meses do ano fiscal 2013, o número baixou para 887.3 expulsos diariamente, uma diminuição de 20.9 por cento em comparação com o ano passado.

As estatísticas do DHS revelam ainda que dos 159,667 deportados durante o primeiro semestre de 2013, 22,557 estrangeiros cometeram delitos criminais graves. O percentual equivale a 14.1 por cento.

Do total de expulsos entre outubro de 2012 e março deste ano, 70,137 indocumentados não têm infrações criminais, equivalente a 43.92 por cento, segundo os dados do DHS.

A reforma imigratória na Câmara

Depois da aprovação de um plano no Senado, a partir de 10 de julho (quarta-feira) a Câmara de Representantes pode iniciar o debate da reforma imigratória. Embora o Comitê Judiciário já tenha debatido e aprovado duas emendas relacionadas ao tema, os parlamentares advertem que o único projeto possível de ser aprovado precisa contar com o apoio de ambos partidos.
Em junho, o Comitê Judiciário aprovou a lei SAFE, que criminaliza a estadia indocumentada, e outra emenda que anula o programa Deferred Action.

A lei SAFE reviveu o projeto HR 4437 do legislador republicano de Wisconsin James Sensenbrenner, aprovado em dezembro de 2005. A medida converteu em delito criminal a permanência sem papéis e desatou uma onda nacional anti-imigrante. O plano foi rejeitado em junho de 2006.

A Deferred Action entrou em vigor em 15 de agosto do ano passado e concede a 1.7 milhão de jovens indocumentados que entraram como crianças nos Estados Unidos, tem menos de 31 anos e não possuem antecedentes criminais uma permissão de trabalho e freia suas deportações.

Legisladores de ambos partidos não se rendem e batalham para que o plenário da Câmara debata um plano amplo como aquele aprovado pelo Senado.

“As primeiras duas propostas (debatidas e aprovadas pelo Comitê Judiciário) não tratam com compaixão, não entendem a necessidade de legalizar (os 11 miljões de indocumentados), criminalizam”, disse recentemente o deputado Luis Gutiérrez (democrata de Illinois) ao programa “Despierta América” da rede Univision.

O deputado Mario Diaz Balart, por sua vez, advertiu que o Comitê Judiciário da Câmara dará “passos para trás” com a reforma imigratória, “mas creio que a única forma de obtermos uma reforma imigratória é que precisa ter uma via de legalização”.

Acrescentou que o plano deverá ser um “projeto positivo, balanceado, bipartidário que possa converter-se em lei”.

Gutiérrez disse que nesta batalha “o povo tem que levantar sua voz” e pressionar os integrantes da Câmara de ambos partidos. Também reiterou que, caso não seja aprovada a reforma imigratória, a comunidade imigrante continuará “sofrendo intensamente” devido às deportações, e frisou que durante o ano fiscal 2012 todos os dias foram deportadas “entre 1,200 e 1,400 pesso

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