O endurecimento das normas imigratórias nos EUA vem atingindo até comunidades antes intocáveis. Uma delas, a comunidade cubana, vem sentindo na pele esse enrijecimento. Normalmente favorecidos pelo governo através da lei do “Wet Foot, Dry Foot” (“Pé Molhado, Pé Seco”), os cubanos foram vítimas de uma arbitrariedade das autoridades norte-americanas, o que vem causando polêmica. As autoridades, ignorando sua própria lei, deportaram 15 cubanos no dia 9 de janeiro argumentando que eles não pisaram em terra seca. O grupo, que atravessou as águas de Cuba até Miami, havia desembarcado em uma ponte abandonada das Florida Keys.
Afirmando que por estar abandonada a ponte não pode ser considerada terreno sólido americano, as autoridades executaram a deportação do grupo.
Segundo a lei do “Pé Molhado, Pé Seco”, qualquer cubano que pisar em solo americano – incluindo pontes, piers e pedras. São o que eles definem de “pé seco”, ou seja, que já abandonou as águas do Atlântico.
Apesar disso, o governo tem tentado impedir a entrada de mais cubanos no país. Somente em 2005 mais de 2.700 cubanos foram repatriados antes de pisarem em terra firme, o que representa o dobro do número impedido de entrar em 2004.
A família dos deportados já entrou na justiça com um pedido de reconsideração do departamento de imigração e a comunidade ameaça responder nas urnas, na próxima eleição presidencial, ao endurecimento contra os cubanos.