O Exército americano está sob a mira de entidades pró-imigrantes e foi alvo de diversos processos judiciais depois de ser acusado de dispensar recrutas somente pelo fato de eles serem imigrantes. O brasileiro e reservista Lucas Calixto é um deles. “Era o meu sonho servir o Exército. Este País tem sido muito bom para mim, eu pensei que eu poderia retribuir de alguma forma, fazendo parte do serviço militar americano”, disse Lucas, que entrou com um processo contra o U.S. Army e ganhou a causa e deve ser reintegrado. Um paquistanês e um iraniano também processaram o governo pela mesma razão.
Lucas entrou com o processo em junho e alegou não ter tido chance de se defender ou apelar da decisão do U.S. Army. Lucas vive na região de Boston e é um dos estrangeiros que reclamaram que foram dispensados com base em justificativas rasas, sem muita explicação. Outros disseram que foram informados apenas que tinham parentes em outros países e isso representaria um risco e ainda que eles não conseguiram checar os antecedentes de forma adequada.
Na sexta-feira (10), o U.S. Army anunciou que parou de dispensar imigrantes que se alistaram buscando um caminho para a legalização no País. Em memorando acessado pela agência de notícias AP, o Exército informa que a medida foi suspensa por enquanto. “Com efeito imediato, vamos suspender qualquer tipo de processo de suspensão involuntária”, informa memorando assinado pela entidade. “Continuamos a cumprir todos os requisitos para incluir a conclusão de uma investigação completa de antecedentes”.
Para se alistar no serviço militar americano é necessário estar legal no País, mesmo com visto de estudante. Mais de 5 mil imigrantes foram recrutados pelo programa em 2016 e cerca de 10 mil servem o Exército atualmente.
Para se tornar cidadão americano por meio do Exército, é necessário ter um comportamento impecável, não importa o tempo de serviço.
“Essa medida do Exército é um atestado de mea-culpa. E só mostra que de fato eles estavam dispensando imigrantes apenas por serem imigrantes. O próximo passou deveria ser a reintegração de pessoas que foram dispensadas sem razão”, disse Margaret Stock, advogada do Alaska.