O anúncio do ministro de Portos e Aeroportos, Marcio França, de um programa prevendo a venda de passagens aéreas a R$ 200 resultou em bronca do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem citar França, o petista falou, em reunião com mais da metade do seu ministério, na terça-feira (14), que “qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil”. Mais tarde, o ministro respondeu dizendo que o chefe do Executivo “sempre tem razão” e afirmou que o “Voa Brasil” é um plano das empresas e não do governo. França também disse que o governo não vai regular os horários em que as companhias aéreas irão oferecer as passagens mais baratas, entre outras determinações. “Como é uma atividade das próprias companhias, eles que definem […]. Não vamos regular”, declarou.
A proposta de França pegou as associações e empresas de aviação de surpresa, segundo apurou o Poder360. Executivos do setor disseram não ter sido consultados sobre a viabilidade do projeto. Em nota, a Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), que representa Latam, Gol, Voepass, Abaeté Aviação, Boeing, Rima e Sideral, disse estar acompanhando a proposta do governo para o plano de passagens aéreas e tem se colocado à disposição para contribuir. “Desde o início do ano, a Abear e suas associadas mantêm diálogo constante com o Ministério de Portos e Aeroportos sobre o cenário do setor aéreo e as possíveis soluções para o crescimento do número de passageiros e destinos atendidos”, disse a associação.
Já a Azul disse ter recebido a iniciativa de maneira positiva e que “está aberta e disposta a conversar sobre o projeto”. “A companhia está aberta e disposta a conversar sobre o projeto que vai beneficiar grande parte da população brasileira”, informou a companhia.