DA REDAÇÃO, COM UOL – O carnavalesco Paulo Barros fez a diferença mais uma vez e, depois de 33 anos, deu o título à Escola de Samba Portela. Em apuração acirrada ponto a ponto e no final com a Mocidade, a escola levou ao delírio seus torcedores que amargaram um longo jejum sem títulos.
Com o enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar”, sobre a importância dos rios para a formação da humanidade, a escola apresentou um show de inventividade e pediu justiça às vítimas de Mariana na avenida.
Em uma apuração emocionante, disputada décimo a décimo, Portela e Mocidade estavam empatadas até o último quesito. Quando chegou a leitura de enredo, Mocidade teve duas notas 9.9 e ficou com o segundo lugar.
“O Carnaval precisa da Portela, a cultura brasileira precisa da Portela”, declarou o presidente da escola, Luis Carlos Magalhães, logo após o resultado.
A comissão de frente da Portela representou a piracema, fenômeno em que os peixes nadam contra a correnteza para a reprodução. O carro abre-alas traz a tradicional águia em um tripé à sua frente e representa a fonte onde nasce o rio azul e branco. A ocupação dos rios pelas antigas civilizações, os seres que habitam as águas, a influência para as artes foram tratados em alas e alegorias da escola.
Em um dos momentos mais marcantes do desfile, um carro alegórico lembrou a tragédia do Rio Doce, em Mariana (MG).
Como esperado, Unidos da Tijuca e Paraíso do Tuiuti tiveram as piores notas de alegorias e adereços. As duas, que tiveram acidentes com feridos, tiveram 29,4 e 29,5 pontos na soma dos quatro jurados, não obtendo nenhuma nota dez.
No quesito evolução, o sexto a ter suas notas lidas, as duas agremiações também tiveram as piores marcas, o que as isolou na lanterninha da tabela. Em evolução, a Tijuca somou 29,4 pontos, enquanto a Tuiuti anotou 29,2, os piores resultados entre todas as competidoras.
Não haverá rebaixamento
Após um Carnaval ofuscado por dois trágicos acidentes envolvendo carros alegóricos de Paraíso do Tuiuti e Unidos da Tijuca, que deixaram mais de 30 feridos, a Liga das Escolas de Samba decidiu que nenhuma escola será rebaixada.
Representantes de todas as escolas, em sua maioria presidentes, participaram da reunião e chegaram a um acordo. Ricardo Farid, presidente da Beija-Flor, disse que as escolas coirmãs acharam que era justo não haver penalização por causa dos acidentes.
Sem a queda de uma escola para o Grupo A e com a subida da campeã do acesso, o Grupo Especial terá 13 escolas em 2018. Duas serão rebaixadas no ano que vem para o grupo de acesso.
Colocação final das escolas
1º – Portela: 269,9
2º – Mocidade: 269,8
3º – Salgueiro: 269,7
4º – Mangueira: 269,6
5º – Grande Rio: 269,4
6º – Beija-Flor: 269,2
7º – Imperatriz: 268,5
8º – União da Ilha: 267,8
9º – São Clemente: 267,4
10º – Vila Isabel: 267,4
11º – Unidos da Tijuca: 266,8
12º – Tuiuti: 264,6