O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) rebateu declarações proferidas pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (18), acusando juízes e procuradores de um conluio com os americanos contra a Petrobras, referindo-se aos escândalos de corrupção que culminaram na Operação Lava Jato.
Lula afirmou que os EUA se opuseram ao Brasil ter uma empresa petrolífera desde a fundação da Petrobras em 1953. Ele criticou o que descreveu como uma “elite com complexo de vira-lata, submissa a interesses estrangeiros e com pouco interesse no país”. As declarações foram feitas durante a visita de Lula à Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde a Petrobras retomará os projetos de expansão. A refinaria está paralisada desde 2015, após revelação de irregularidades, incluindo obras superfaturadas.
Com a repercussão da declaração de Lula, o Departamento de Justiça dos EUA enviou ao jornal Metrópoles uma cópia do acordo no qual a estatal confessa os crimes cometidos, rebatendo as alegações de Lula.
O ex-procurador federal Deltan Dallagnol comentou a resposta do DOJ em suas redes sociais. “O Departamento de Justiça dos EUA rebate as mentiras de Lula com tudo que ele não gosta: fatos e provas. O DOJ respondeu com o acordo bilionário da Petrobras com a Justiça americana, recheado de provas da corrupção nos governos do PT. Lula é uma vergonha internacional para o Brasil”.
O ex-juiz Sergio Moro, responsável pelas condenações relacionadas aos crimes do “Petrolão”, também se manifestou: “Os velhos erros de sempre: Lula retoma suas acusações infundadas contra a Lava Jato, adota uma postura desvinculada da realidade e, seguindo a cartilha do populista latino-americano, culpa os Estados Unidos. O verdadeiro culpado pelas dificuldades da Petrobras é aquele que, nos governos anteriores do PT, nomeou ladrões para parte das diretorias da empresa”, disse.