Um grupo de deputados e senadores Democratas liderados pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e pelo líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, defenderam na noite de quinta-feira (7), que Donald Trump seja removido do cargo de presidente antes do término oficial do seu mandato, em 12 dias.
A estratégia inicial para tirá-lo do poder é evocar a regra constitucional número 25 (25th Amendment), que garante ao vice-presidente, no caso Mike Pence, autoridade para destituir o número um do país e se tornar o presidente interino.
Para isso que isso aconteça, Pence precisaria do apoio da maioria dos funcionários do gabinete presidencial e ainda assim pode haver contestação por parte de Trump.
Diante da incerteza se o vice estaria disposto a esta ação, os Democratas traçaram um outro caminho possível para a retirada de Trump da presidência.
“Se o vice-presidente não concordar, o Congresso está preparado para seguir adiante com o impeachment”, disse Pelosi em entrevista coletiva.
“Todos os membros estão muito interessados nisso, meu telefone está a ponto de explodir com mensagens `impeach, impeach, impeach’, isto é urgente, é uma emergência da maior magnitude”, completou.
Diante do caos incitado pelo presidente que terminou com um saldo de quatro mortos e mais de 30 presos em Washington na última quarta-feira (6), alguns Republicanos e até ex-aliados mais próximos do mandatário estão apoiando a ação dos Democratas.
“O presidente é inadequado e ele não está bem, e ele agora precisa deixar o controle do Executivo voluntariamente ou involuntariamente”, disse o deputado Republicano Adam Kizinger, de Illinois.
O ex- U.S General Attorney, William Barr, declarou que “orquestrar uma mobilização para pressionar o Congresso é indesculpável. A conduta do presidente foi uma traição para o seu cargo”.
Elaine Chao, atual White House Transportation Secretary, comunicou que “foi um tramático e absolutamente inevitável evento”. Chao é casada com o presidente do Senado, Mitch McConnell.
A abertura do processo de impeachment é feita pela presidência da Câmara e precisa da aprovação da maioria simples dos deputados para seguir para o Senado, onde precisa da maioria de dois terços (67 de 100 senadores).
Caso o projeto de impeachment siga adiante, ele deve acontecer na próxima semana mas ainda não há data definida. Se for removido por meio do impeachment, Trump pode perder os direitos políticos.