DA REDAÇÃO (com Agências) – O senador Marco Rubio foi um dos destaques do debate de quarta-feira (28) entre os candidatos Republicanos para suceder a Barack Obama na Casa Branca. Participaram do debate dez Republicanos: Donald Trump, Ben Carson, Carly Fiorina, Marco Rubio, Chris Christie, John Kasich, Rand Paul, Mike Huckabee, Jeb Bush e Ted Cruz. A maior parte das críticas concentrou-se entre políticos tradicionais — senadores e governadores — contra o bilionário Donald Trump, Ben Carson e Carly Fiorina. Mas houve ataques entre os candidatos do mesmo “grupo” e inclusive críticas fortes aos jornalistas que comandavam o debate.
O terceiro debate entre os pré-candidatos Republicanos que disputam a vaga do partido para as eleições presidenciais americanas de novembro de 2016 foi o mais tenso até agora. Candidatos se atacaram mutuamente, abandonando o clima amistoso dos dois primeiros encontros. Até mesmo os mediadores da emissora foram mais agressivos em suas perguntas, focando em temas econômicos. Com dez presentes no palco, a limitação do tempo das respostas ajudava a ampliar a animosidade no evento da CNBC, transmitido a partir da Universidade de Boulder (Colorado). A todo momento os pré-candidatos eram interrompidos.
Rubio, criado em uma família humilde de imigrantes cubanos evitou criticar os outros nove candidatos, concentrando seus ataques a ex-secretária de Estado. Enquanto isso, o rival mais direto de Rubio, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, perde força na briga. Nem mesmo os dois que lideram as pesquisas de opinião, Donald Trump e Ben Carson, não brilharam no evento.
Os dois políticos tradicionais da Flórida fizeram um embate paralelo, vencido pelo senador. Bush o acusou de “gostar pouco do Senado”, fazendo alusão a um jornal local que publicou ontem um editorial acusando-o de faltar muito ao Congresso por sua campanha. Ele afirmou que não se ausentou a nenhuma votação importante, acrescentando que faltou menos que o presidente Barack Obama e o senador John McCain quando eles eram senadores e candidatos, conseguindo sair aplaudido da contenda. Rubio, um dos destaques do debate, foi muito aplaudido após ser questionado sobre os problemas econômicos da sua família, respondendo que “tem origem humilde e está acostumado a ter dívidas”.
Na primeira pergunta para o magnata Donald Trump, os mediadores questionaram se as suas promessas migratórias e fiscais não passavam de uma “fantasia”. Trump respondeu que a pergunta não era “educada” e afirmou que fará tudo o que prometeu, inclusive dizendo que ele era o único no palco capaz de fazer “o México pagar pelo muro que será construído na fronteira dos dois países”. O pré-candidato também foi pressionado a explicar a falência de seus cassinos em Atlantic City, quando disse que “saiu grande” da crise de suas empresas e que “isso é o que poderia fazer para o país”.
“Eu sou bom em resolver problemas de dívida. Ninguém podia resolvê-lo como eu”, afirmou.
Carson, líder nas pesquisas, ficou claramente incomodado com as perguntas sobre cortes de taxas feitas pela jornalista da CNBC. Ele reconheceu que os números que havia dito ao longo da campanha, de reduzir impostos a 10%, não seriam os reais e que a nova taxa deveria ser de 15%. Ele afirmou ainda que iria cortar grande parte dos 645 órgãos públicos federais dos EUA.
Ex-presidente da Hewiett-Packard, Fiorina afirmou que os EUA estão cansados dos políticos tradicionais. Ela citou como exemplo a reforma fiscal, dizendo que, mesmo sendo uma promessa “há décadas” nas eleições, nunca sai do papel. A pré-candidata prometeu reduzir a legislação tributária dos EUA de 70 mil páginas para apenas três.