Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, veio aos Estados Unidos para participar da Conferência Internacional de Combate à Intolerância Religiosa em Washington D.C. e aproveitou a oportunidade para conhecer mais a comunidade brasileira que vive na Flórida.
Em coletiva de imprensa realizada no Consulado-Geral do Brasil em Miami nesta terça-feira (16), a ministra foi apresentada pelo embaixador João Mendes Pereira, cônsul geral do Brasil em Miami. Damares ressaltou que seu ministério tem recebido muitos pedidos de brasileiros que vivem em outros países para que o governo ajude a conter a violência ocorrida sobretudo contra as mulheres. Assim, ela antecipou a viagem para sentir de perto as necessidades dos brasileiros que vivem no Exterior. Segundo ela, isto se insere na prioridade estabelecida pelo presidente Jair Bolsonaro de que todos brasileiros serão atendidos, ninguém pode ficar para trás.
“O presidente Bolsonaro disse que ninguém ficará de fora do governo dele, nem mesmo os brasileiros que vivem fora do Brasil. Esse é o motivo da minha visita, queremos ouvir a comunidade brasileira que vive no exterior. Não viemos prometer nada e vamos levar os pedidos de vocês para o Brasil”, disse Damares.
Quando convidada para o ministério, ela se mostrou uma mulher determinada, apesar de ter relutado sete dias para aceitar o cargo. “Sabia que teria de pagar um preço alto por aceitar este desafio. E até hoje sofro ameaças dos meus inimigos. Eu e o presidente Bolsonaro recebemos 176 ameaças de morte por falarmos algo que as pessoas não queriam ouvir. Ele na tribuna e eu na sociedade. No dia da posse, encontraram artefato de bomba no meu gabinete. Tive de sair de casa e ir morar em um hotel. Mas as ameaças não me intimidam, porque sei que o Brasil precisa melhorar muito e não temos mais direito a errar”. Entre os inimigos, cita os que defendem política de gêneros, liberação de drogas e abortistas.
O ministério comandado por ela abrange uma gama de assuntos e problemas. O desafio se torna ainda maior porque a verba disponível é insuficiente para atender todas necessidades. Para vencer estes desafios, o governo federal faz parcerias com prefeituras, governos de Estados, associações, entidades e até mesmo empresas privadas.
Um exemplo citado pela ministra são os Centros-Dia, uma espécie de “creches para idosos”, onde eles ficam durante o dia enquanto os adultos precisam sair para trabalhar. Nestes Centros, são cuidados e participam de atividades lúdicas interagindo de maneira saudável. No final do dia, alguém da família recolhe o idoso e leva para casa. “Isto evita casos como de idosos que ficam acorrentados por serem portadores de Alzheimer e a família teme que saiam de casa e desapareçam”, comentou a ministra.
Damares Alves comentou que há uma Diretoria LGBTI em seu ministério, comandado por uma transsexual, doutora por uma universidade do Rio Grande do Sul. “Como a ordem de Bolsonaro é não deixar ninguém para trás, também nos preocupamos com esta população, principalmente com os travestis. Os demais podem entrar no mercado de trabalho, mas estes são obrigados a se prostituir. Então, com apoio do Sistema S (Sebrae, Senai, Sesc etc), estamos capacitando os travestis para terem uma profissão e viver dignamente sem serem vítimas de violência”, enfatizou.
Como representante de igreja – Damares Alves é pastora -, ela defende peremptoriamente toda liberdade religiosa, inclusive o direito das religiões de matrizes africanas de fazer seus cultos. “Já fui para frente de terreiros para permitir que eles pudessem professar sua fé. Porque considero a fé algo muito importante, independente da religião”, finalizou a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro.