Inicio este artigo com uma provocação que ecoa o título do meu livro, lançado em 2014: “Você sabe o que seu filho está fazendo na internet?” Naquela época, a internet já permeava nossas vidas de forma onipresente, porém, pouco se discutia sobre os perigos que ela poderia acarretar, especialmente para as crianças.
Hoje, mais do que nunca, enquanto a internet continua a facilitar cada aspecto de nossas vidas, ela também se torna uma fonte crescente de preocupação. E claro, é inegável que as novas tecnologias oferecem inúmeras vantagens em termos de acesso à informação, comunicação e entretenimento. No entanto, juntamente com esses benefícios vêm os desafios e ameaças que podem se ocultar por trás de uma tela de computador, tablet ou qualquer dispositivo conectado à internet.
A recente decisão do governador da Flórida, Ron DeSantis, de proibir menores de 14 anos de terem contas em redes sociais no estado marca um ponto crucial a ser debatido. Com cerca de 80% das crianças já tendo enfrentado experiências negativas na internet, e considerando um estudo recente no qual identifiquei que 40% dos novos usuários da internet são crianças, totalizando 175.000 novos usuários diariamente, é verdadeiramente alarmante.
Baseando-me em experiências próprias, reforço que as crianças podem encontrar maneiras de contornar essa proibição, seja por meio da falsificação de idade durante o registro, utilizando contas de familiares ou amigos mais velhos, ou acessando a internet por dispositivos não supervisionados.
Portanto, para que isso funcione efetivamente, as empresas de mídias sociais precisam desenvolver mecanismos eficazes para verificar a idade dos usuários e remover aqueles que não atendem aos requisitos estabelecidos pela legislação. Entretanto, o projeto de lei também prevê penalidades para as empresas que não cumprirem essas disposições. Empresas que falharem em excluir contas podem enfrentar processos judiciais em nome das crianças afetadas, com possíveis danos de até $10 mil por violação. Além disso, essas empresas também podem ser responsabilizadas por até $50 mil por violação, além de custos judiciais e honorários advocatícios.
Para enfrentar possíveis contratempos, é importante adotar abordagens que englobam e combinem regulamentação, educação e supervisão ativa. Em primeiro lugar, as autoridades devem investir em tecnologias e práticas de verificação de idade mais avançadas para impedir a falsificação de idade durante o registro em redes sociais.
Porém, os esforços de conscientização e educação são fundamentais para capacitar os jovens a tomarem decisões responsáveis online. Escolas e organizações comunitárias também podem e devem oferecer programas de educação digital que abordam temas como segurança cibernética, privacidade online.
Por fim, os pais e responsáveis devem estar ativamente envolvidos na vida digital de seus filhos, estabelecendo regras claras sobre o uso da internet e de fato “sabendo o que seu filho está fazendo na internet”, monitorando suas atividades online e promovendo o diálogo aberto sobre os potenciais perigos das redes sociais.
Se quiser saber mais deste tema, me siga nas redes sociais @wanderson.castilho