Dados são de pesquisa conduzida por multinacional analista de mercados; 52% dos entrevistados afirmou estar apertando o cinto em relação a gasto com alimentação
Preços em estande de supermercado, setor em que brasileiros vêm diminuindo gastos
DA REDAÇÃO (com G1) – A crise desencadeada pela recessão na economia brasileira está fazendo com que a maioria dos brasileiros gaste menos com entretenimento e refeição fora de casa. Os dados são de uma pesquisa da Mintel, multinacional fornecedora de inteligência de mídia e mercado. O estudo feito com 1.500 entrevistados com mais de 16 anos mostra que 56% passou a consumir menos menos serviços e produtos relacionados a vida cotidiana na comparação com um ano atrás.
Segundo o levantamento, praticamente 1 em cada 3 brasileiros reduziu os gastos com lazer e refeição fora de casa: 33% afirmam que estão gastando menos com alimentação fora de casa, como em restaurantes fast-food e 29% disseram que estão indo saindo menos para entretenimento fora da casa como cinema e shows.
Quando se analisa apenas o consumo de alimentação e bebida, a pesquisa aponta que 52% afirmam estar comprando menos. O maior abalo foi verificado na categoria de produtos não essenciais de marcas conhecidas, como chocolates e biscoitos. No consumo destes “supérfluos”, 31% dos consumidores responderam comprar a mesma quantidade e 30%, menos.
Segundo a pesquisa, apesar de uma queda nos padrões de consumo em todos os grupos pesquisados, os consumidores mais jovens, com idades entre 16 e 34, estão comprando mais quando comparado ao consumidor de 35 anos ou mais.
As categorias em que estão gastando mais incluem, por exemplo, produtos não essenciais de marcas conhecidas, afirmada por 27% dos jovens, e comer fora em restaurantes de fast food, dita por 24%.
Mas apesar das dificuldades financeiras, o consumidor não está trocando seus serviços por opções mais baratas. A pesquisa mostra que apenas 11% dos consumidores de classe média dizem ter mudado o fornecedor de um serviço por um outro mais barato, como TV paga, academia e saúde privada. Entre as classes AB, esse índice é de 20%.
“Como a maioria dos consumidores, atualmente, compra a mesma quantidade ou menos comparado há um ano, as empresas devem se adaptar a essa realidade. Ao mesmo tempo que vemos o número de opções de serviços e produtos crescer, os consumidores limitam os seus gastos devido à recessão. Assim, empresas e marcas que consigam criar experiências inesquecíveis e originais podem ter sucesso em atrair e manter a atenção dos consumidores”, afirmou ao G1 Andre Euphrasio, analista de pesquisa da Mintel.