A recente declaração de vitória por Nicolás Maduro, na segunda-feira (29), com 51% dos votos, e a reivindicação de vitória pelo candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, lançaram novas incertezas sobre o futuro dos migrantes venezuelanos nos Estados Unidos. A crise política na Venezuela continua a ser uma fonte de preocupação para grupos de direitos humanos e organizações de ajuda aos migrantes, como a Venezuela Awareness, sediada em Miami.
Patricia Andrade, que dirige a Venezuela Awareness, disse que os últimos migrantes venezuelanos a chegar lhe disseram: “Se a oposição não vencer, estou trazendo minha família inteira para cá”, revelou em entrevista ao US Today. “Muitos planejam sair do país”, afirmou. Segundo a agência de refugiados da ONU, mais de 7,7 milhões de venezuelanos deixaram seu país nos últimos anos, fugindo da corrupção e da inflação descontrolada. Embora a maioria tenha buscado refúgio em países vizinhos como Colômbia e Peru, centenas de milhares cruzaram a fronteira sul dos EUA.
Nos últimos quatro anos, mais de 720 mil encontros com nacionais venezuelanos foram registrados pela CBP na fronteira dos EUA, provocando crises humanitárias em cidades fronteiriças como El Paso, Texas. O governo Biden tentou reprimir cruzamentos ilegais, levando muitas famílias a acampar do lado mexicano do rio, enquanto outros buscaram entrar ilegalmente no país. Atualmente, cerca de 47% da população venezuelana nos EUA vive na Flórida, seguido pelo Texas (15%), Georgia (4%), New York (4%) e New Jersey (4%).
A situação eleitoral na Venezuela poderá influenciar a corrida presidencial nos EUA neste outono, conforme apontam analistas. O Partido Socialista Unido, comandado por Maduro, controla as instituições governamentais, incluindo a comissão eleitoral responsável pela contagem dos votos, e a recusa em permitir monitoramento independente, geraram críticas do governo Biden, que acusou o governo venezuelano de manipulação eleitoral.