Brasil

Crimes ambientais no Brasil em debate na Semana do Clima em NY

Ministros e pesquisadores brasileiros denunciam incêndios provocados por ações humanas durante evento internacional

Brasil em chamas: além de Amazonas, Pantanal e cerrado, diversos estados queimaram durante seca histórica no país em 2024. Foto: Agência Brasil/ Marcelo Camargo

Na Semana do Clima, que acontece em New York até 29 de setembro, autoridades e pesquisadores brasileiros estão se unindo para levantar bandeiras contra os incêndios florestais no Brasil. O evento é focado em encontrar soluções para a crise climática global e conta com figuras importantes como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o climatologista Carlos Nobre e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Todos eles destacam a urgência em enfrentar esses desafios.

Até 22 de setembro deste ano, segundo o INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais), o Brasil registrou 200 mil focos de calor, e 91% desses incêndios ocorreram a partir de maio, período que coincide com a pior seca da história do país. 99% desses incêndios foram provocados por ação humana.

A ministra Sonia Guajajara fez um apelo sobre a degradação ambiental e os incêndios provocados pelo homem. Isso aumenta a pressão sobre o governo brasileiro e revela a fragilidade das estruturas para combater o fogo. “Infelizmente, a ação criminosa de setores que se opõem ao nosso progresso na luta contra a emergência climática tem um custo alto”, alertou Guajajara.

Além disso, ela ressaltou que os fenômenos climáticos que eram esperados para daqui a dez anos já estão acontecendo. “Os eventos extremos que prevíamos estão se manifestando antes do tempo”, enfatizou.

Carlos Nobre trouxe um documento chamado “Saúde Planetária”, onde destaca a responsabilidade humana no que ele chama de “ecocídio”. Ele afirmou que “a doença do planeta Terra somos nós”, reforçando que todos precisam se tornar “guardiões” da natureza. Nobre fez outro alerta: se não mudarmos o rumo das coisas, podemos estar à beira de uma extinção em massa, com consequências muito sérias para a biodiversidade.

Durante o evento, Nobre também mencionou os alarmantes níveis de gases de efeito estufa, que são em grande parte resultado da ação humana. “Estamos vivendo uma nova era do planeta. Se continuarmos assim, podemos enfrentar condições climáticas que não vemos há milhões de anos”, disse ele, lembrando que a concentração de gás carbônico aumentou em 50% nos últimos tempos.

Os especialistas concordam que é crucial proibir práticas agrícolas e pecuárias que utilizam fogo. “A agricultura e a pecuária sustentáveis e modernas não usam fogo. Precisamos mudar essa mentalidade rapidamente”, concluiu Nobre, reiterando que proteger a natureza é responsabilidade de todos.

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