Imigração

Crianças migrantes vão ao tribunal sem advogados em Nova York

Menores de idade enfrentam juízes sozinhos em Nova York após suspensão de contrato federal.

Cresce o número de crianças enfrentando o sistema de imigração sozinhas. Foto: Reprodução TV

Crianças migrantes desacompanhadas estão comparecendo sozinhas a audiências de imigração em Nova York, muitas vezes sem qualquer advogado ao lado. O cenário, confirmado por veículos como CNN e Associated Press, é resultado da suspensão parcial de um contrato federal de $200 milhões que custeava representação legal para esses menores. A decisão foi tomada pelo governo Trump no fim de março e, embora esteja sendo contestada na Justiça, o financiamento ainda não foi retomado.

Essas crianças são geralmente oriundas da América Central — principalmente Honduras, Guatemala e El Salvador — além de México e Venezuela, entre outros países. Elas chegam aos EUA sem os pais ou responsáveis legais e são classificadas como “menores desacompanhados” pelas autoridades. Muitas vêm fugindo da violência, da pobreza extrema ou de situações de abuso, e são acolhidas temporariamente por abrigos ou parentes, enquanto seus casos são analisados pela Justiça. Durante as audiências, realizadas por videoconferência, crianças pequenas são orientadas por juízes sobre os motivos de estarem ali e seus direitos, com ajuda de intérpretes. Muitas vezes, estão acompanhadas apenas por funcionários dos abrigos onde vivem. Segundo dados do Transactional Records Access Clearinghouse, quase todas as crianças que comparecem às audiências sem advogado (96%) acabam deportadas, em contraste com os 23% que têm representação legal.

O contrato encerrado financiava advogados e programas chamados “amigos da corte”, que ajudam as crianças a entender o processo e a encontrar opções legais para permanecer no país. Segundo o Acacia Center for Justice, cerca de 26 mil menores eram atendidos em todo o país. Só no estado de Nova York, o corte afetou diretamente 1.800 crianças. Organizações como The Door, ICARE Coalition e Empire Justice Center alertam para o impacto imediato: demissões, corte de novos atendimentos e dificuldade em encontrar fontes alternativas de financiamento.

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