Estados Unidos

Crescem ameaças em escolas: mais de 700 alunos presos

Aumento significativo de ameaças escolares após tiroteio na Geórgia levanta preocupações sobre segurança e saúde mental dos estudantes.

Com o aumento das detenções de estudantes por ameaças em escolas, a segurança virou uma preocupação crescente para pais e educadores. Foto: Freepik

Na esteira do trágico tiroteio da Apalachee High School na Geórgia no início de setembro, o número de ameaças de violência em escolas nos Estados Unidos disparou. Nos últimos três meses, mais de 700 estudantes foram detidos por fazer ameaças, incluindo crianças a partir de 10 anos. O caso de Shavon Harvey, cujo filho foi preso depois de enviar uma mensagem no Snapchat dizendo que haveria tiroteio nas escolas ao redor, dá um exemplo da gravidade da situação. O garoto foi acusado de induzir pânico e ficou detido por 10 dias.

Depois do ataque na escola da Geórgia, onde quatro pessoas morreram, houve um aumento maciço nas ameaças violentas contra escolas, com mais de 45 estados registrando incidentes semelhantes. Essas informações foram reveladas pelo The New York Times, que se baseou em reportagens, declarações de autoridades e registros judiciais. Segundo essas informações, quase 10% dessas crianças detidas tinham 12 anos ou menos.

Em algumas regiões, como a Flórida e Ohio, o número de relatos de ameaças aumentou significativamente em relação ao ano passado. No Arizona, as escolas receberam 156% mais ameaças em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em um único mês, Polk County, na Flórida, registrou a prisão de 24 alunos por ameaças, refletindo a gravidade do que está acontecendo.

Embora a maioria das ameaças seja infundada, o aumento das notificações está causando uma onda de pânico entre alunos e pais, o que resulta em queda na frequência escolar e cancelamento de eventos. Muitas escolas foram forçadas a suspender atividades, enquanto os alunos e as suas famílias lidam com um medo crescente. Especialistas apontam que alguns fatores como o estresse pós-COVID e a proliferação das redes sociais podem estar contribuindo para essa epidemia de ameaças.

Mas por trás disso existem outros problemas: as prisões de estudantes levantam questionamentos sobre a eficácia deste tipo de punição. E algumas autoridades, como o xerife do Condado de Volusia, na Flórida, enfrentaram críticas por tornar pública a identidade de jovens acusados de fazer ameaças. Outro ponto levantado é que essas prisões podem dificultar a construção da confiança entre jovens e autoridades, já que muitos estudantes podem se sentir desencorajados a fazer relatos quando houver uma preocupação legítima. Os dados indicam ainda que até períodos curtos de detenção aumentam a probabilidade de problemas com a lei para essas crianças no futuro.

Desde 2018, o número médio de ameaças mensais cresceu de 29 para 785. Estes dados foram divulgados por Don Beeler, da TDR Technology Solutions. No mínimo, esse aumento alarmante de incidentes destaca uma realidade preocupante nas escolas dos Estados Unidos.

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