Com o sistema de saúde em colapso devido ao aumento de pessoas contaminadas pela covid-19, o governo do Amazonas avisou aos outros estados que precisa transferir pelo menos 60 bebês prematuros devido à falta de oxigênio.
O pedido para que governadores de outro estados chequem se há leitos de internação neonatal disponíveis foi feito na manhã desta sexta-feira (15). As informações são da CNN Brasil.
O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário de saúde do Maranhão, Carlos Lula, confirmou a informação à CNN.
Segundo ele, o Maranhão vai conseguir receber de cinco a dez bebês.
Todos os outros devem seguir para São Paulo, conforme informou o governador João Doria. “Vamos prestar socorro. Isso é o fim do mundo. Me choca como brasileiro”, disse Doria. A logística de transferência dos recém-nascidos ainda não foi definida.
Caos em Manaus
Nos últimos dias, a capital do Amazonas viu o número de pessoas infectadas pelo coronavírus aumentar de maneira exponencial. Como resultado, os hospitais ficaram sem oxigênio, leitos de UTI e pouco pessoal para atender aos doentes.
Pesquisadores acreditam que a nova variante do coronavírus identificada na região pode estar por trás do caos vivido em Manaus.
Nas redes sociais, inúmeros relatos de médicos e enfermeiras dão conta de alas inteiras de hospitais que ficaram sem o oxigênio e o problema não atingiu apenas os pacientes com covid-19, mas em todos os tipos de tratamento.
O Amazonas tem contabilizados 223.360 casos de Covid e 5.930 mortes pela doença até o momento.
“Nós fizemos a nossa parte”, diz Bolsonaro
“A gente está sempre fazendo o que tem que fazer. Problema em Manaus, terrível o problema lá. Agora nós fizemos a nossa parte, [com] recursos, meios”, afirmou o presidente, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada na tarde desta quinta-feira (14). A fala do mandatário foi transmitido por um site.
Ainda segundo Bolsonaro, as Forças Armadas vão instalar um hospital de campanha no estado. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que aviões da FAB carregados com cilindros de oxigênio devem chegar ao Amazonas.
Vacina da Índia, Brasil “queimou a largada” diz jornal
O governo brasileiro enviou um Airbus A330 da Azul Linhas Aéreas para Mumbai, na Índia, na noite desta quinta-feira (15).
O objetivo é buscar um carregamento da vacina produzida pelo Instituto Serum em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.
Entretanto, e de acordo com o jornal indiano Hindustan Times, o Brasil teria “queimado a largada”.
“O Brasil parece ter se precipitado ao anunciar oficialmente o envio de uma aeronave para transportar dois milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Índia, mesmo com autoridades de Nova Delhi deixando claro na quinta-feira (14) que as decisões sobre o fornecimento a países estrangeiros levarão mais tempo”, diz o jornal.
O presidente Jair Bolsonaro enviou no dia 8 de janeiro uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo urgência no envio ao Brasil das doses da vacina. “O imunizante […] deverá integrar de forma imediata a implementação do nosso Programa Nacional de Imunização”, informaram, em nota conjunta, a Secretaria de Comunicação da Presidência e o Ministério da Saúde.
As vacinas importadas da Índia seriam o primeiro passo para o Brasil iniciar sua campanha de vacinação. O governo indiano dará início à campanha de neste sábado (16).