Depois de muitas reclamações de que pessoas de fora do estado estariam recebendo as doses da vacina contra a covid-19 que deveriam ser destinadas aos residentes, o governo da Flórida anunciou que exigirá comprovante de endereço para distribuir o imunizante.
O State Surgeon General, Scott Rivkees, assinou um comunicado nesta quinta-feira (22), validando a medida.
O documento diz que todos os postos de vacinação devem garantir a preferência aos moradores ou pessoas que estejam na Flórida “com a finalidade de prestar serviços de saúde envolvendo contato direto com pacientes”.
Segundo Rivkees, o estado foi levado a tomar essa decisão diante da escassez de vacinas para os idosos. Nesta quinta-feira (22) , dois hospitais do condado de Broward cancelaram a distribuição dos medicamentos por haver se esgotado.
“Estou vendo pessoas passando na frente. Já ouvi falar de moradores de fora da cidade que estão sendo vacinados antes de nós”, disse à CNN, Dina Allende, uma mulher que tentava vacinar sua mãe de 86 anos no Florida Baptist Health.
Ela informou que o hospital entrou em contato com ela cancelando o agendamento da vacinação devido à falta do insumo.
Na última semana, o governador Ron DeSantis foi às redes sociais para se manifestar sobre a polêmica do “turismo da vacina”. Ele disse que idosos de todo o mundo estariam “ligando para saber se podem ser vacinados na Flórida”.
“Não estamos recebendo turistas”, disse DeSantis, “estamos desencorajando as pessoas a virem para obter uma vacina. Acho que se eles ligarem para Jackson [Memorial Hospital] e disserem: ‘Ei, estou em New York, não posso ser vacinado aqui, posso descer?’, vamos responder ‘não faça isso’”, comentou.
Na mesma linha do governador, o prefeito de Miami, Francis Suarez, criou um programa chamado ‘Miami First‘, que prioriza os imunizantes para as pessoas que podem comprovar endereço dentro dos limites da cidade.
“Miami é uma cidade internacional”, disse Suarez. “Estamos vendo muitas pessoas que estão, na verdade, dizendo que têm prioridade sobre nossos residentes”, pontuou.
Ele disse que não sabe se exigência do comprovante de residência é legal ou não, mas afirmou que “irá abrir um precedente”.