O professor da Escola Médica de Harvard, David Walt, é um dos pesquisadores da Universidade de Harvard que teve que paralisar os estudos após o governo Trump suspender mais de$ 2,2 bilhões em financiamentos. Os recursos federais são a maior fonte de apoio à pesquisa da instituição de ensino, contribuindo com 58% da receita total patrocinada durante o ano fiscal de 2024.
A pesquisa de Walt se concentra no diagnóstico precoce e no tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa ligada ao neurônio motor e causa paralisia generalizada, situação que afeta cerca de 30 mil pessoas nos Estados Unidos. O professor também trabalha para a detecção precoce de doenças neurodegenerativas, infecciosas e câncer, bem como para descobrir novos medicamentos com potencial para cura. Há poucos meses, ele foi condecorado com a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação, o mais alto reconhecimento em sua área, concedida pelo presidente do país.
“Se conseguirmos resolver qualquer um desses problemas, isso beneficiará muitos, muitos pacientes”, explicou ele. “Tirar essa oportunidade de mim e de outros pesquisadores dedicados, na minha opinião, é uma farsa”, afirmou o pesquisador.
O cancelamento do projeto ocorre após o governo anunciar, na segunda-feira (14), que congelaria $ 2,2 bilhões em bolsas plurianuais e $ 60 milhões em contratos plurianuais em Harvard. A medida veio após a instituição de ensino ter se recusado a atender as exigências para eliminar programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), proibir o uso de máscaras em protestos no campus e garantir práticas de contratação baseadas no mérito.
Além da pesquisa de Walt, outros projetos importantes também foram afetados. O professor Donald E. Ingber, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, teve dois contratos rescindidos, incluindo um de mais de $ 15 milhões para o desenvolvimento de vacinas e terapias. Já a professora da Escola de Saúde Pública de Harvard, Sarah Fortune, teve sua pesquisa sobre tuberculose interrompida, afetando um contrato de $ 60 milhões com o Instituto Nacional de Saúde (NIH).
Com informações da CNN.