A fase mais bonita e gratificante da vida da mulher que opta por ser mãe pode ser também o período mais difícil e solitário. Quando a mãe vive longe da família, da sogra, da própria mãe, das irmãs e das amigas próximas em um país diferente, a maternidade pode ser ainda mais desafiadora. Atentas à essa realidade, três brasileiras – Mari Hart, Renata Rosa e Tyhenna Cook – se uniram em prol de um único propósito: o bem-estar da mãe e do bebê. As três são mães e doulas e resolveram criar o grupo no Facebook ‘Apoio pós-parto – Corrente do bem’.
O projeto tem o objetivo de reunir voluntárias para auxiliar mães nos primeiros dias de vida do bebê, seja com cuidados com a criança, ajudando a organizar a casa, levando algo para a mãe comer, ajudando no processo de amamentação. “Estamos procurando mulheres dispostas a ajudar pessoas para fazermos uma corrente do bem com mamães em seu período de pós-parto. Sabemos que quando tomamos a decisão de morar longe de casa, com isso vem a consequência de ficarmos longe do apoio físico que recebemos em momentos como esse, período de pós-parto que é tão importante”, explica Renata, uma das coordenadoras do projeto.
A princípio o projeto tem como foco mães que passaram por cirurgia e que não tenham ajuda de ninguém nas primeiras semanas do bebê. “Vai ser tudo bem organizado e totalmente voluntário com várias maneiras de você ajudar uma mãe no seu puerpério e não apenas uma, mas várias mães ao mesmo tempo”. As voluntárias poderão escolher o seu horário, dentro dos horários da necessidade da mãe. Todos os passos para quem se interessar são explicados no grupo. Quem tiver interesse, basta enviar um e-mail para apoioposparto@yahoo.com.
O que é e o que faz uma doula
Paralelamente ao projeto voluntário, Renata, Mari e Tyhenna atuam como doulas e ajudam mulheres a enfrentarem a maternidade de forma mais doce, leve e menos dolorosa. Doula é uma palavra que vem do grego e significa “mulher que serve”, sendo hoje utilizada para referir-se à mulher que recebe treinamento para orientar e assistir a nova mãe antes e durante o parto e nos cuidados com bebê. Existem doulas voluntárias, mas a função é remunerada e seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações que as mulheres vivenciam. É importante deixar bem claro que doula não é parteira, como muita gente pensa.
“Doula não faz nenhuma intervenção técnica, isso é papel do médico e da enfermeira obstetra. O papel da doula é acolher a mulher, escutar o que ela tem a dizer, entender suas necessidades e auxiliá-la nesse período da gravidez, do parto e do pós-parto. Nada ter a ver com parteira”, explica Mari.
De acordo com o site Almanaque dos Pais, a doula ajuda a mãe a encontrar posições confortáveis, além de formas eficazes de respiração durante o trabalho de parto; e ainda, sugere medidas para aliviar os desconfortos do momento como banhos, massagens, aromaterapia e relaxamentos. A doula tem o compromisso de acolher a gestante e a sua família fazendo com que eles se sintam mais seguros e tranquilos.
Renata Rosa explica que as doulas acompanham as mães desde a hora do resultado positivo da gravidez, na hora do parto – seja no hospital ou em casa – e depois do parto, auxiliando no processo de alimentação e primeiros cuidados com o bebê. “Temos o papel de dar amor e atenção às mães e ao seu bebê”.
Semana Mundial do Aleitamento Materno
De 1 a 7 de agosto é comemorada a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A semana tem como objetivo conscientizar as mães sobre os benefícios da amamentação. Para lembrar a data e conscientizar as mamães sobre a importância da amamentação, vai ser organizado um “Mamaço”, neste sábado (5), na praia de Deerfield Beach, em frente ao Corpo de Bombeiros (71 SE 21st Ave). O evento terá início às 5 da tarde e no local as mamães vão amamentar seus bebês.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que o leite materno pode reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos, mais do que pode ser evitado com vacinação ou saneamento básico. O leite materno é o único alimento indicado para crianças até 6 meses, porque supre todas as necessidades da criança, inclusive de água. Além disso, o leite protege de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de possibilitar o fortalecimento dos vínculos entre a mãe e o bebê.
Fotos de Mari Hart
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