Dois contêiners contendo 307 caixas podem ser esperança para clientes lesados
Surge uma esperança para quem mandou caixas para o Brasil através da companhia de mudanças Nacional Moving e que pensava que sua encomenda jamais chegaria ao destino. O agente de cargas contratado pela Nacional Moving para levar a carga de Pompano /Miami até o Porto de Santos, tem em seu poder dois contêineres de 40 pés contendo cerca de 340 caixas de clientes, a maioria deles brasileiros do sul da Flórida.
A carga foi abandonada pela empresa no terminal de seu agente representante em Miami, Tri Star Freight, em setembro, e por falta de pagamento os mesmos poderiam ser entregues à alfândega americana para leilão.
Segundo a funcionária do agente de cargas contratado no Brasil, Melissa Cury, a Nacional Moving não honrou os compromissos de transporte, além de ter cometido várias irregularidades no processo de remessa. Cada contêiner, por exemplo, estava endereçado a apenas um consignatário, apesar de conter caixas de diversas famílias. Juntamente com a diretora da Tri-Star, Joyce Rodriguez, e após obterem a autorizacao legal para abrir os contêiners, pois os mesmos foram dados como abandonados, resolveram então divulgar a situação. Desde a publicação da notícia no site do AcheiUSA, Melissa conta que recebeu mais de 80 telefonemas de pessoas em busca de sua encomenda, algumas delas já desesperadas, pois a carga estava supostamente extraviada há mais de três meses.
Melissa conta também que os clientes lesados podem procurá-la com o intuito de localizar suas caixas entre os contêineres. Para tanto, é necessário apresentar uma identificação e o número (quatro dígitos) da ordem de serviço fornecido pela Nacional. A forma de contato é através do e-mail melissacury@hotmail.com para que todo o procedimento seja documentado. “A partir desta identificação externa, vamos tentar rastrear as caixas, fazendo o possível para ajudar os clientes prejudicados a reaverem seus pertences. Porem não podemos garantir que todos os volumes procurados estarão lá”, explica a agente.
Ela diz que as caixas localizadas poderão ser retiradas em Miami ou mesmo embarcadas para o seu destino original, a partir de um novo processo de embarque de carga consolidada. “Não queremos nos aproveitar da delicadeza da situação e estamos solidários com os clientes lesados”, afirmou Melissa, afirmando que os proprietários das caixas vão ratear apenas os custos dos prejuízos causados pela Nacional Moving com diárias do galpão e aluguel de equipamentos. Se quiserem o transporte o mesmo podera ser feito a preços justos.
Calcula-se que o peso total da carga seja de 24 toneladas.
Com relação ao ex-proprietário da Nacional Moving, Marcelo Boldrin, há indícios que ele fechou a empresa nos Estados Unidos e teria enviado um comunicado à comunidade brasileira se desculpando pelos problemas. Ironicamente ou não, ele disse que está vivendo agora no litoral da Bahia, onde pretende se candidatar a vereador nas próximas eleições. Num dos últimos contatos feitos com um dos lesados, Marcelo garantiu que tinha intenção de vender o seu automóvel no Brasil, um Audi, para quitar as dívidas com os parceiros e clientes – o que, é claro, jamais aconteceu.
Galpão da Nacional ainda tem caixas
Algumas caixas de clientes da Nacional ainda podem estar no armazém onde funcionava a empresa, em Pompano Beach. De acordo com o apurado pela reportagem do AcheiUSA, havia 50 caixas no armazém, das quais apenas 29 foram reclamadas. O cliente que perdeu sua caixa pode ir até o armazém (3000 NW da 25th Ave. Suite 12) e com o número de sua ordem de serviço verificar se a carga ainda está lá.
Caixas da Nacional Moving no warehouse de Pompano Beach