Relatório do Ministério Público suíço mostra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou contas secretas na Suíça para pagar faturas de cartões de crédito internacional e despesas pessoais da mulher Cláudia Cruz e da filha na Inglaterra, na Espanha e nos EUA. Entre os gastos estão o pagamento de $59,9 mil para a IMG Academies, de Nick Bollettieri, famoso professor de tênis em Palm Beach, na Flórida.
As contas estão em nomes de offshores com sede em paraísos fiscais e não foram declaradas à Receita Federal. Os suíços investigaram Cunha por corrupção e lavagem. A partir de agora, ele poderá ser investigado também por sonegação fiscal e evasão de divisas, entre outros crimes. Parte da movimentação já rastreada pelos suíços indicam que uma das quatro contas recebeu 1.311.700 francos suíços (R$ 5,1 milhões) desviados de um dos negócios fraudulentos da Petrobras descobertos na Operação Lava-Jato.
Parte do dinheiro passou pela conta do lobista João Augusto Rezende Henriques, delator da Lava-Jato, e foi repassado a Cunha. Pelas informações dos suíços, Cunha e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, abriram quatro contas secretas no banco Julius Baer, na Suíça, em nome de quatro diferentes offshores: Orion SP, Netherton Investments, Triumph SP e Kopek. Três contas foram abertas em 2008 e uma em 2007.